Orçamento de 2026 prevê salário mínimo de R$ 1.631,00 reais

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O orçamento de 2026, enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional, prevê um valor de R$ 1.631,00 reais para o salário mínimo do próximo ano. O valor foi estimado com base em uma projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e inflação. Essa estimativa, publicada pelo Ministério da Economia, está inclusa no projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) e deverá ser discutida pelos parlamentares nos próximos meses.

O valor de R$ 1.631,00 representa um aumento real, mas modesto, em relação ao salário mínimo de 2025, que está fixado em R$ 1.302,00. Embora o aumento seja significativo para milhões de brasileiros, o montante projetado ainda não cobre completamente a atual perda do poder de compra da população mais pobre, que enfrenta altos índices de inflação, especialmente nos preços de alimentos e combustíveis.

O salário mínimo atual é de R$ 1.302,00. / Foto: Marcello Casal Jr – Agência Brasil

O salário mínimo de 2026 será ajustado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até novembro de 2025, que deve ser de 4,78%, e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, estimado em 3,4%. Esse cálculo resultaria em um aumento total de 8,18%. No entanto, existe um limite para o reajuste acima da inflação, fixado em 2,5%. Com isso, o aumento real do salário mínimo será de 7,44%.

Desigualdade econômica e o impacto do salário mínimo na população negra

Dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, referente ao segundo trimestre de 2024, indicam que as mulheres negras enfrentam as maiores dificuldades no mercado de trabalho. Elas apresentam uma taxa de desemprego duas vezes superior à dos homens não negros. Conforme a RAIS, o total de pessoas desempregadas no período foi de 7,5 milhões, com uma taxa média de desemprego de 6,9%. Para os homens não negros, essa taxa é de 4,6%, enquanto para as mulheres negras chega a 10,1%.

Além da questão econômica, a taxa de fecundidade também reflete o impacto dessa condição. Dados do IBGE apontam que a taxa de fecundidade das mulheres negras no Brasil é superior à de mulheres brancas, com uma média de 2 a 3 filhos por mulher entre aquelas que vivem com um salário mínimo. Esse número é maior do que a média nacional, que está em 1,55 filhos por mulher, segundo o Censo 2022 do IBGE.

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