Na manhã desta terça-feira (3), uma operação policial no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, gerou um cenário de medo e paralisação para os moradores da região. Intitulado ‘Operação Torniquete’, que mobilizou cerca de 900 agentes da Polícia Civil e Militar, o confronto armado teve como objetivo prender traficantes envolvidos em roubos de veículos e cargas. No entanto, a ação trouxe sérios impactos para a vida dos moradores locais. 17 escolas e 2 postos de saúde não abriram.
Pelo menos seis pessoas ficaram feridas na operação. Entre as vítimas está Agatha Alves de Souza, baleada na Vila Cruzeiro, que foi socorrida em estado grave. Outros três feridos, Tamires Silva Soares, de 32 anos, que está grávida, ela foi ferida quando tentava se abrigar dentro de casa e foi ferida na boca. Tamiris, Davyson Aquino da Silva e Manuel Rodrigues de Sousa, que também foram feridos, já receberam alta após atendimento.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, moradores compartilharam cenas de disparos incessantes, helicópteros sobrevoando a área e veículos blindados circulando pelas ruas. Uma grávida foi atingida por estilhaços no rosto e outra mulher, baleada nas costas enquanto seguia para o trabalho, passou por cirurgia e está fora de perigo.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 16 escolas da rede municipal tiveram as aulas suspensas devido ao intenso tiroteio, enquanto a Secretaria de Estado de Educação informou que uma escola estadual também foi fechada. Além disso, unidades de saúde, como a Clínica da Família Aloysio Augusto Novis, interromperam o atendimento. Outras, como a CF Ana Maria Conceição dos Santos Correia, chegaram a adiar a abertura enquanto avaliavam a segurança.
O comércio local permaneceu fechado durante boa parte do dia, e barricadas de fogo montadas por criminosos para dificultar o acesso das forças policiais prejudicaram ainda mais a circulação. A MOBI Rio precisou suspender serviços do BRT TransCarioca em três linhas, enquanto sete linhas de ônibus desviaram seus itinerários.
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Um cenário de medo e indignação
A operação reflete o cenário de insegurança vivenciado por moradores de áreas periféricas no Rio de Janeiro, que frequentemente veem seu direito à educação, saúde e segurança violados por ações que colocam em risco a população civil.
Entidades de direitos humanos e moradores questionam a eficácia de operações como esta, que, embora visem o combate ao crime organizado, frequentemente resultam em prejuízos diretos para a comunidade.