Nesta sexta-feira (07), a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou uma lista com os nomes das 15 primeiras vítimas identificadas da Chacina do Jacarezinho. O mais jovem era um rapaz de 18 anos. Todos os executados pela polícia eram homens, e dez deles tinham entre 18 e 30 anos. A Polícia Civil, no entanto, ainda não informou o nome dos mortos e não tinha começado a fazer as autópsias até as 11h desta sexta-feira. O massacre ocorreu na manhã desta quinta-feira (06), na favela da Zona Norte do Rio.
Veja o nomes das vítimas da Chacina do Jacarezinho:
- Raíl Barreto de Araujo, 19 anos
- Romulo Oliveira Lucio, 20 anos
- Mauricio Ferreira da Silva, 27 anos
- Jhonatan Araujo da Silva, 18 anos
- John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos
- Wagner Luis de Magalhães Fagundes, 38 anos
- Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23 anos
- Marcio da Silva, 43 anos
- Francisco Fabio Dias Araujo Chaves, 25 anos
- Toni da Conceição, 30 anos
- Isaac Pinheiro de Oliveira, 22 anos
- Cleiton da Silva de Freitas Lima, 27 anos
- Marcio Manoel da Silva, 31 anos
- Jorge Jonas do Carmo, 31 anos
- Carlos Ivan Avelino da Costa Júnior, 32 anos
‘Foi um banho de sangue’, diz representante da OAB
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) declarou que acompanha a perícia nos corpos das pessoas assassinadas durante a operação. Um médico perito do MP teve acesso integral às dependências do Instituto Médico Legal (IML), onde chegaram os corpos na manhã desta sexta, um dia após a chacina.
O perito vai acompanhar todo o trabalho no IML e registrar, com fotos, o que for do interesse da investigação independente do MPRJ. Essa apuração está sendo conduzida pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro.
Patrícia Félix, um das representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB, disse que a instituição vai cobrar uma perícia independente em relação às mortes dos 24 homens. Além disso, o órgão quer saber se os seis presos da ação foram torturados. Félix também afirmou que a OAB vai acompanhar os trâmites para a liberação dos corpos.
A pobreza não pode ser criminalizada. Na Zona Sul, isso não acontece. As famílias têm reclamado do tratamento após a morte. Independentemente de (alguém) ser bandido, não tem que ter pena de morte. As famílias falam que muitos deles se entregaram e foram assasinados. Uma operação com 25 mortos não é de sucesso
A comissão está recebendo vários materiais, como o relato de parentes de mortos e vídeos. A OAB pretende ainda recorrer a organizações internacionais contra o estado do Rio.
O que conseguimos ver foram relatos de moradores que estão abalados pela polícia ter entrado e matado as pessoas dentro das casas. Foi um banho de sangue. Os corpos foram levados para o hospital sem vida.
Fonte: Agência O Globo
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