Museu da Imagem e Som recebe a exposição “Nossas Sensações Não São Nossas”

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02 de novembro de 2020, festa de vo maria conga do cruzeiro da bahia, no terreiro abassa de matamba, bairro de jacarepagua, rio de janeiro, brasil.

Estreia na próxima sexta-feira (17) a exposição Nossas Sensações Não São Nossas, que explora a relação entre arte contemporânea, música e o carnaval através dos tempos. A mostra fica em cartaz no Museu da Imagem e do Som, na Lapa, região Central do Rio de Janeiro, até dia 5 de maio.

Com curadoria de Ana Paula Rocha, a mostra é composta por itens do acervo do MIS, além de obras de expoentes da nova cena contemporânea. Jefferson Medeiros apresentará o trabalho inédito “Viramundo”, assim como Lucas Almeida, que apresenta obra inédita sem título, concebida para a exposição. Ramo apresentará a série “Ausar” e duas telas inéditas, “Sete Coroas” e “Kushita”.

Entidades cultuadas nas religiões de matrizes africanas – Foto: Guga Ferreria

Os artistas André Vargas, Mulambö e Uberê Guelé também terão obras não-inéditas na mostra. O fotógrafo Guga Ferreira vai expor fotos inéditas da série Ponto Riscado clicadas em festas de terreiros da Zona Oeste do Rio de Janeiro de religiões de matriz africana.

A mostra também terá uma ação educativa com bate-papos sobre os temas da exposição, tais como “Papel dos museus e seus acervos hoje”, “Expressões de carnaval e arte”, “Balanço do carnaval: cidade e economia” e “Carnaval entre histórias e religiões”.

Entre os destaques do acervo do MIS, estarão expostas memórias das produções de João da Baiana e Heitor dos Prazeres, além de fotos e artigos que remontam ao carnaval e à Rádio Nacional, especialmente de artistas como Clementina de Jesus, Elizeth Cardoso, Pixinguinha, Sinhô, Ismael Silva, Aracy de Almeida, Orlando Silva e  Zé Keti.

“Os artistas que reverenciamos na exposição como Heitor dos Prazeres, Clementina de Jesus, Aracy de Almeida, Sinhô e o grupo Os Oito Batutas integrado por Pixinguinha, por exemplo, são homens e mulheres, todos negros, que tiveram a coragem de criar arte, fazer carnaval, e de levar reflexões e felicidade para um Brasil extremamente racista e hostil”, relembra Ana Paula.

“Muitas vezes, eles foram perseguidos por isso, evidenciando não só alegrias, mas práticas de exclusão em suas músicas. Já os artistas de hoje vêm para dialogar com essas obras, demonstrando muitas vezes ressonância entre essa produção e as suas próprias, fazem ecoar imagens, sons e a mesma luta nos tempos atuais”, acrescenta.

Nossas Sensações Não São Nossas também resgata a memória das sonoridades carnavalescas, que ecoam pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro até os dias de hoje e que têm, com as transmissões do rádio e seus personagens, uma indiscutível relação.

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“A relação entre arte contemporânea, música e carnaval é algo que vem sendo paulatinamente consolidado. Também entre os novos artistas, a temática da festa de rua, seja o próprio carnaval, passando pelas folias, o maracatu ou os bailes funk, ganha uma relevância nas formas como eles vêm se expressando. Assim, é inevitável unir essas temporalidades”, conclui a curadora, que desenvolveu sua pesquisa de mestrado sobre o carnaval de rua, atualmente pesquisa arte contemporânea e tecnologia, além de já ter atuado no acervo da Discoteca do MIS.

Para mais informações sobre a exposição, acesse o Instagram do Museu da Imagem e do Som.

Serviço

Nossas Sensações Não São Nossas

Inauguração: 17 de março de 17h às 19h30 

Visitação: de 20 de março a 5 de maio de 2023

Local: Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro

Endereço: Rua Visconde de Maranguape 15, Lapa

Horários: De segunda a sexta, das 10h às 17h

Grátis. Livre.

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