Mulheres no comando: censo revela que porcentagem de mulheres responsáveis por lares brasileiros aumenta

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Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A pesquisa Censo Demográfico 2022: Composição Domiciliar e Óbitos Informados, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25), apresentou mudanças significativas na composição das unidades domésticas brasileiras.

De acordo com os dados, os homens ainda são maioria entre os responsáveis pelos lares, representando 50,9% (37 milhões), mas as mulheres estão próximas, com 49,1% (36 milhões). Esse cenário marca uma mudança em relação a 2010, quando os homens ocupavam 61,3% das posições de chefia domiciliar, contra 38,7% das mulheres.

O aumento da participação feminina é ainda mais expressivo em estados como Pernambuco (53,9%), Sergipe (53,1%) e Maranhão (53,0%), onde as mulheres já superam os 50% de responsabilidade pelos lares. Outros estados do Nordeste, como Ceará e Alagoas, também aparecem entre os líderes desse movimento, demonstrando uma tendência de avanço da independência feminina na gestão familiar.

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Estados do nordeste se destacam no aumento percentual – Foto: IBGE

Outro ponto a se destacar na pesquisa é o crescimento no número de unidades domésticas no Brasil, que passou de 57 milhões em 2010 para 72,5 milhões em 2022. A média de moradores por unidade doméstica também caiu, ficando em 2,8 pessoas, um reflexo das transformações nos arranjos familiares, incluindo um aumento no número de lares unipessoais (pessoas morando sozinhas), que subiu de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022.

Mudanças na composição familiar e união homoafetiva

O Censo 2022 também revelou um avanço nas uniões homoafetivas. Lares compostos por responsáveis e cônjuges do mesmo sexo representam 0,54% do total, um salto pequeno, mas expressivo em comparação a 2010, quando o percentual era de apenas 0,10%. O Distrito Federal é a região com a maior proporção de lares com uniões homoafetivas (0,76%), seguido do Rio de Janeiro (0,73%) e São Paulo (0,67%).

Perfil racial e envelhecimento dos responsáveis pelos domicílios

Pela primeira vez, o número de pessoas pardas responsáveis pelas unidades domésticas (43,8%) superou o de brancos (43,5%). Em 2010, os brancos eram maioria, com 49,4%, enquanto os pardos representavam 40%. Esse dado reflete as mudanças observadas na população brasileira nos últimos censos, com o crescimento das populações parda e preta.

Além disso, o perfil dos responsáveis pelos domicílios está mais envelhecido em comparação com 2010. Um dos fatores que contribui para essa mudança é o crescimento de lares formados por pessoas que vivem sozinhas, especialmente entre idosos.

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