Segundo os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados nesta terça-feira (31), 111 mulheres foram vítimas de feminicídio no Estado do Rio de Janeiro, em 2022. Os números apontam que 60% dessas mulheres são negras, com idade 30 e 59 anos. A pesquisa também mostrou que 80% dos autores dos crimes foram companheiros e ex-companheiros.
Conforme mostra o relatório do Dossiê da Mulher, 125 mil mulheres foram vítimas de algum tipo de violência em 2022 no Estado do Rio. Fevereiro foi o mês com maior índice mensal de feminicídios no desde outubro de 2016, quando os casos começaram a ser contabilizados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
Dois terços das mulheres agredidas eram mães, de acordo com o relatório, sendo que a metade destes filhos era menor de idade. Em 17 dos casos, os filhos presenciaram o momento do crime. O tipo de crime mais registrado no último ano, segundo os dados, foi violência psicológica, sendo 43.594 casos.
A maior parte dos caso de violência aconteceu na residência da vítima, conforme informa a diretora-presidente do ISP Marcela Ortiz, em entrevista para o G1.
“Na maior parte das vezes, os agressores são aquelas pessoas que elas escolheram para, na verdade, serem seus protetores. É o companheiro, o ex-companheiro, alguém próximo da família. Fora, claro, todo o machismo estrutural que existe na nossa sociedade que faz com que a vítima, na verdade, seja vista como a causadora da violência”, disse.
Feminicídio é o termo que define o assassinato de mulheres cometido em razão do gênero. Ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher. A Lei Maria da Penha prevê mecanismos de denúncia, prevenção e de assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar.
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