Dados da Casa Fluminense e ONG Criola revelam o ciclo da violência contra as mulheres negras
Seja em casa, no trabalho, no transporte público ou na rua, a mulher negra enfrenta um ciclo contínuo de insegurança. De acordo com o relatório De Olho no Transporte, da Casa Fluminense, e os dados da ONG Criola, fica evidente que, na violência sexual e de gênero a mulher negra sempre aparece no topo das estatisticas.
Enquanto o relatório “De Olho no Transporte” revela que as mulheres enfrentam diariamente importunação sexual no transporte público, somada à precaridade do sistema com tarifas altas, longos percursos para chegar ao destino final, calor extremo e engarrafamento. A ONG Criola complementa esses dados revelando que 31% dos homicídios de mulheres negras acontecem na via pública.

O transporte público é, para a maioria das pessoas, a única opção possível de locomoção e dependem dele para praticamente todo tipo de deslocamento. Sendo este mesmo transporte a porta de entrada para a garantia de outros direitos essenciais.
Ambiente hostil
As mulheres, grupo majoritário do Brasil segundo o Censo do IBGE 2022, são as principais vítimas desses tipos de situações dentro do transporte público, cerca de 94% dos casos, de acordo com o relatório da Casa Fluminense, sendo que a maioria são mulheres negras (55,9%).
Entre o ano de 2023 até maio deste ano, cerca de 23% dos casos de importunação sexual no transporte público na região metropolitana do Rio de Janeiro aconteceram com menores de idade, junto com as estudantes, que representam 29,3%.
Ainda de acordo com o estudo, superlotação, anonimato, ausência de fiscalização contribuem para formar um ambiente hostil para as mulheres. 51% dos casos de importunação acontecem em horário de pico, 69,5% no interior do ônibus.
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