No mês de março, mulheres do MST promovem ocupação na Bahia

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O Movimento Sem Terra (MST) começa mês de março com a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, cujo lema é “O agronegócio lucra com a fome e a violência. Por Terra e democracia, mulheres em resistência!”.  

Na última madrugada (01), cerca de 120 Mulheres Sem Terra ocuparam a Fazenda Santa Maria, no município de Itaberaba (BA), região da Chapada Diamantina. A fazenda possui quase 2 mil hectares de terra improdutiva e está abandonada há anos.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Simone Souza, da Direção Estadual do MST, na Regional Chapada Diamantina, falou sobre o papel da mulheres na luta pelo direito às terras.

“Nossa luta é em defesa ao direito de acesso à terra, a produção de alimentos saudáveis e comida na mesa do povo, pois a fome atinge 30% da população brasileira e 60% estão em situação de insegurança alimentar. Nessa Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra denunciamos também a violência contra a classe trabalhadora, contra indígenas, contra negros e negras”, afirmou ela.

Mulheres na Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra 2023. Foto: Juliana Adriano/MST

Na segunda-feira (27), cerca de 1.700 famílias sem-terra ocuparam quatro latifúndios improdutivos, um deles foi a Fazenda Limoeiro, abandonado há 15 anos, localizada no município de Jacobina (BA). Também foram ocupados outros três latifúndios com monocultura de eucalipto, pertencentes à empresa Suzano Papel e Celulose, nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas.

Outra ocupação aconteceu no sábado de carnaval (18). Aproximadamente 200 famílias ocuparam parte do Projeto Nilo Coelho, no município de Casa Nova, regional norte baiano. As famílias pedem a parte acordada, em 2008, entre a Codevasf, Governo Federal, INCRA e MST para abrigar 1.000 famílias.

Com as ocupações, as famílias sem-terra reivindicam que latifúndios sem função social sejam desapropriados. Elas denunciam a grande concentração de terras nas mãos de fazendeiros e empresas do agronegócio na Bahia e apontam que a má distribuição de terras contribui diretamente para o aumento dos índices de desigualdade sociais.

Para o MST, a monocultura é insustentável e não gera desenvolvimento. Eliane Oliveira, da direção estadual do movimento na Bahia, diz que o território baiano sofre com a destruição sistemática dos recursos naturais, com o envenenamento do solo e o assoreamento de rios. Impactos ambientais que resultam em chuvas torrenciais, enchentes, deslizamentos de terra, secas prolongadas e incêndios.

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Marina Lopes

Marina Lopes

Marina Lopes é jornalista e escritora juiz-forana, apaixonada pela palavra e por contar histórias através dela.

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