MP apura denúncia de tortura em ação no Jacarezinho

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Nesta terça-feira (01), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou novamente à Secretaria da Polícia Civil fluminense o envio de documentos e informações sobre a Operação Exceptis, realizada em 6 de maio na comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro.

Ação no Jacarezinho deixou 28 moradores mortos – Foto: Reprodução internet

O material requerido pela força-tarefa da Procuradoria, ainda não enviado, inclui termos de cautela das armas utilizadas, autos de apreensão, planejamento operacional e relatório final de investigação, além de apresentação da justificativa constante da Lei Estadual 8.928/2020, que trata da alteração de locais de crime por policiais. O MP anunciou ainda a abertura de novo Procedimento Investigatório Criminal envolvendo a ação no Jacarezinho. A nova investigação irá apurar denúncias de tortura contra seis presos na operação e tal apuração será aberta com base em mídias e atas de audiências de custódia. O MP deu à polícia um novo prazo, de dez dias, para cumprir a exigência que até agora não foi atendida.

A ação na favela mobilizou mais de 200 agentes e causou o assassinato de 28 pessoas. Os moradores de Jacarezinho denunciaram que houve execuções de homens já presos. Já a polícia nega e afirma que todos os mortos enfrentaram os policiais e foram abatidos nos confrontos. Entretanto, de acordo com levantamento do Estadão, um terço dos mortos não tinha processo criminal em tramitação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

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Em nota, o Ministério Público afirma que os laudos de local e de necropsia já foram recebidos. “A Força-Tarefa do MPRJ informa também que novos depoimentos de testemunhas foram obtidos nesta semana e juntados aos autos”. O órgão anunciou ter levantado parcialmente a parte sigilosa do Procedimento Investigatório Criminal da Procuradoria sobre o caso. “Ainda estão sob sigilo informações sensíveis, tais como imagens, nomes, endereços e depoimentos de testemunhas, imagens das pessoas envolvidas e dados protegidos por sigilo legal e também por medidas de segurança, assim como diligências em andamento, na forma da Súmula 14 do STF, a fim de não inviabilizar a eficácia da investigação”.

Moradores fizeram manifestações após a chacina – Foto: Reprodução Internet

O MP falou ainda que o material foi enviado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio, sobre a investigação das denúncias de tortura contra os seis presos na operação. De acordo com a Procuradoria, o objetivo da abertura do novo PIC é permitir que a apuração original se concentre nas mortes em decorrência de intervenção policial e do homicídio do policial civil André Frias.

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