“É imprescindível a formação de lideranças negras”, afirma CEO do MOVER sobre capacitações do grupo

ENSAIOEF09902-1.jpg

Um estudo realizado pelo grupo Ethos revela que apenas 4,7% das pessoas negras ocupam cargos de liderança nas 500 maiores empresas do Brasil e, quando se fala em mulheres negras, esse número despenca mais ainda, chegando a 0,7% de líderes no país.

Eduardo Santos é Diretor-geral da EF Education First – Foto: Divulgação

Eduardo Santos, Diretor-geral da EF Education First e porta-voz do grupo Mover, ressalta que as formações voltadas para exclusivamente para pessoas negras poderão fazer diferença em um futuro próximo para mudar esse cenário. Além disso, ele lembra também que o impacto socioeconômico para essas pessoas será um diferencial no mercado.

“Esses dados mostram que a formação de lideranças negras é imprescindível para a redução das desigualdades sociais, para o combate ao racismo estrutural e para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Temos uma meta de ter 10 mil novas posições para negros em cargos de liderança até 2030”, afirma.

Na última quinta-feira (18), vários CEOs do grupo Mover se reuniram para debater os últimos avanços e a contribuição de cada empresa na meta do Movimento e o lançamento, nos próximos meses, de projetos voltados a acelerar a capacitação de mais de 19 mil jovens negros para entrada e desenvolvimento no mercado de trabalho. Eduardo ressalta dois resultados positivos apresentados no encontro.

“Em 12 meses, foram mais de 800 vagas e oportunidades de emprego para pessoas negras nas empresas que integram o Mover. Também realizamos um letramento racial para nossos mais de 1,3 milhão de colaboradores e para 200 lideranças”, revela.

Efetividade das propostas

Para Kathelin Vitória Mendes, estagiária da área de Corporate Real Estate LatAm da PepsiCo, as pessoas negras precisam ocupar os espaços. “Promover a escuta de pessoas negras em lugares de poder, onde podemos conversar com os tomadores de decisão, é muito importante para promover mudanças reais e efetivas na sociedade. Participar da Iniciativa me fez enxergar que eu posso ocupar qualquer lugar, e foi assim que eu passei no processo de estágio da PepsiCo, e assim que pude representar um pouco da nossa luta nesse encontro tão importante em prol da equidade racial”, conta.

Os profissionais negros foram ouvidos por cerca de 40 minutos durante o evento – Foto: Kibacana Fotos

“A luta racial precisa de aliados. E quando se fala de mundo corporativo, ter a possibilidade de estar em uma conversa com quem dá a canetada no final das contas é algo extremamente importante. Foram 40 minutos de escuta do que tínhamos a falar. Sem interrupções. Somente olhares atentos ao que estava sendo discutido. Não é sobre dar a voz, porque sempre tivemos voz, é sobre o ato de ouvir. Traz senso de sensibilidade e empatia pra pessoas que no dia a dia só se deparam com números. Somos histórias reais, pessoas reais, que precisam ser ouvidas”, comenta Rayene Albuquerque, que já passou pelo programa Coletivo On-Line do Instituto Coca-Cola, foi trainee da Magalu e hoje atua no Itaú.

Fundo Baobá

No início deste mês, o MOVER anunciou uma parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial, com o intuito de fomentar o desenvolvimento de pessoas negras. A parceria também visa a realização de editais voltados a profissionais e entidades negras, a partir deste ano. “E é por meio de apoios e parcerias que temos e continuaremos a atuar – para influenciar a transformação em relação ao racismo e obter impactos positivos na educação e geração de emprego e renda”, enfatiza Eduardo.

“O Mover vem buscando  conexões para gerar oportunidades de trabalho para pessoas negras”, finaliza.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

Deixe uma resposta

scroll to top