O motorista de aplicativo Matheus Fortes Esteves agrediu o jogador de futebol Carlos Eduardo durante uma corrida na noite desta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro. O motorista disse ter confundido uma garrafa de uísque com uma arma. O objeto estava dentro da bolsa da vítima, um jovem negro de que tem 18 anos. A agressão, aconteceu em Vila Isabel, na Zona Norte, foi gravada por uma pessoa que passava pelo local.
O jovem disse que estava no bairro do Andaraí, na Zona Norte do Rio, e chamou um carro de aplicativo para encontrar com a mãe em Bonsucesso, também na Zona Norte. Segundo Carlos Eduardo, tudo parecia tranquilo e os dois conversavam durante a viagem.
“Eu estava distraído, com a mão na cabeça, olhando pela janela. Ele deu uma puxada no freio de mão e me deu uma cotovelada. Em seguida, ele falou: ‘perdeu, neguinho’. Aí, nisso que ele falou ‘perdeu, neguinho’, ele já me pegou no mata-leão“, contou o jovem chorando.
“Eu juro por Deus que eu não fiz nada com o cara. Eu estava de boa conversando, e ele fez isso comigo“, completou.
As agressões aconteceram quando faltava pouco para a corrida terminar, após o motorista achar que o jovem negro o assaltaria, mesmo sem nenhum sinal de assalto. ele era um assaltante.
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“Eu estava com uma bolsa, que tinha guardado meu uísque, porque eu ia na festa e ia beber com meu primo. Aí, ele simplesmente olhou a bolsa e ligou que fosse uma arma de fogo, achando que eu ia roubar ele“, afirmou o jogador de futebol.
Matheus Fortes Esteves puxou Carlos Eduardo para fora do veículo. O atleta disse ter ficado com muita vergonha após ter sido agredido.
“Eu não queria ter passado por isso, não. Eu nunca imaginei passar por isso na vida. Nunca maltratei ninguém. Sempre tratei todo mundo bem“, disse Carlos Eduardo.
A Polícia Militar foi chamada. De acordo com testemunhas, o motorista tentou fugir, mas foi impedido por quem viu as agressões.
A Polícia Militar foi chamada. De acordo com testemunhas, Matheus ainda tentou fugir, mas foi impedido por quem viu as agressões.
O agressor e a vítima foram levados para a 20ª DP (Vila Isabel). Na delegacia, o caso foi registrado como lesão corporal, porém Carlos Eduardo entende que foi vítima de racismo.
“Eu acho que eu fui vítima de racismo, né. Mais uma vítima de racismo. Eu só peço que pelo menos a Justiça faça sua parte. Não peço mal dele, não“, diz o jovem
Em nota, a Uber informou que o motorista ficará com a conta desativada enquanto o caso for investigado. A empresa declarou ainda que não tolera qualquer forma de discriminação e que, em casos como esse, encoraja as denúncias tanto no aplicativo quanto às autoridades.
