“Descamba para o absurdo”, diz ministro do TSE sobre pedido da campanha de Bolsonaro para limitar transporte nas eleições

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Benedito Gonçalves, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para limitar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que municípios mantenham a oferta de transporte público para as eleições.

Benedito classificou o pedido como “absurdo”. Segundo o ministro, pode haver riscos de a tese lançada pela campanha se transformar em desinformação. Para que isso não aconteça, o magistrado determinou que o Ministério Público adote providências para evitar a propagação de dados falsos sobre a oferta do serviço pelas prefeituras neste domingo (2).

A campanha de Bolsonaro questionou na Justiça Eleitoral a decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso que havia determinado a manutenção do transporte público urbano em níveis normais durante o domingo das eleições.

Quem mais utiliza os transporte coletivo no Brasil são as classes são as classes D (72%) e C (67%), seguidas da E (66%) e depois, a B (46%) e, por último, a classe A (21%). Segundo pesquisa Data Folha, Bolsonaro tem mais votos entre os eleitores com renda mensal de 5 a 10 salários mínimos e os que ganham mais de 10 salários mínimo. Já Lula vence entre os que ganham até 2 salários.

TSE
Foto: Dado Galdieri/Bloomberg

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A coligação de Bolsonaro pediu que o TSE delimitasse o alcance da decisão individual de Barroso. O argumento é que isso seria necessário porque a decisão de Barroso tem contradições que, implementadas em larga escala, criaria políticas públicas ilegais e onerosas.

Segundo Gonçalves, é preocupante a narrativa de que a decisão de Barroso poderia lançar prefeitos à prática de crime eleitoral consubstanciado no transporte irregular de eleitores.

“O argumento descamba para o absurdo, ao comparar a não cobrança de tarifa para uso de transporte público regular, em caráter geral e impessoal, com a organização de transporte clandestino destinado a grupos de eleitores, mirando o voto como recompensa pela benesse pessoal ofertada”, escreveu.

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