Ministério Público pede 84 anos de prisão para assassinos de Marielle Franco e Anderson Gomes

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Marielle e Anderson foram assassinados no dia 14 de março de 2018 - Foto: Reprodução

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) busca a condenação máxima para os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. O julgamento tem início nesta quarta-feira (30), no IV Tribunal do Júri, no Rio de Janeiro, e ambos podem ser condenados a até 84 anos de prisão.

Os dois réus confessaram participação no crime e foram presos um ano após o atentado, em março de 2019. Eles são acusados de duplo homicídio triplamente qualificado, uma tentativa de homicídio e pela receptação do veículo utilizado no crime. O processo contra eles é extenso, com 13.680 páginas distribuídas em 68 volumes, além de 58 anexos.

Marielle e Anderson foram assassinados no dia 14 de março de 2018 – Foto: Reprodução.

Ambos firmaram delação premiada com a Polícia Federal em 2023, revelando que o ex-deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, teriam sido os mandantes do crime.

Para compor o júri popular, foram convocadas 21 pessoas, das quais sete serão sorteadas no início do julgamento. Durante o processo, os jurados permanecerão isolados e incomunicáveis. A acusação planeja ouvir sete testemunhas, incluindo a jornalista Fernanda Chaves, que sobreviveu ao ataque e estava no carro com Marielle e Anderson, além de familiares das vítimas e dois policiais civis envolvidos nas investigações.

Na véspera do julgamento, Marinete Silva, mãe de Marielle, falou sobre sua expectativa. Durante o programa “Encontro com Patrícia Poeta”, ela declarou: “Espero que seja feita justiça. Não podemos normalizar no nosso país que uma defensora de direitos humanos seja abatida da forma brutal como foi minha filha”.

Marinete participou de uma missa realizada no último domingo (27), aos pés do Cristo Redentor, em homenagem a Marielle e Anderson.

A ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, também se manifestou, destacando que o julgamento representa uma luta contínua.

“Transformamos nosso luto em luta diária, não apenas pela Marielle e Anderson, mas por todas as pessoas vítimas de violência no nosso país”, disse Anielle.

Ela informou que uma mobilização está marcada para as 7h da manhã desta quarta-feira, em frente ao Ministério Público, para chamar atenção da opinião pública sobre o caso.

Além dos julgamentos de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz no Tribunal do Júri, o Supremo Tribunal Federal (STF) também está ouvindo cinco outros acusados de envolvimento no crime, incluindo Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes. O delegado Rivaldo Barbosa, o ex-assessor parlamentar Robson Calixto e o Major Ronald Paulo Alves Pereira, que teria monitorado a rotina de Marielle, também são réus no processo.

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