Militares das Forças Armadas do Gabão nomearam um novo presidente nesta quinta-feira (31) após tomarem o poder do país na ultima terça-feira (30), e colocaram o presidente Ali Bongo em prisão domiciliar. A movimentação dos militares do país localizado na África Central, ocorreu após o órgão eleitoral do Gabão anunciar que o atual presidente havia conquistado o terceiro mandato.
Com a informação, militares do Gabão declararam em um canal de televisão nacional durante a noite, que os resultados das eleições foram anulados, as instituições estatais foram dissolvidas, e que representavam as forças de segurança e de defesa do Gabão. O general Brice Oligui Nguema, chefe da guarda presidencial, foi escolhido como novo chefe de Estado.
Assim que tomaram o poder, os militares disseram que o presidente Bongo – que ficou 14 anos no poder, e sua família, 56 no total – estava aos cuidados de seu médico e de sua família, na prisão domiciliar. Informações dão conta de que centenas de pessoas foram as ruas comemorar na manhã seguinte do anuncio dos militares.
O Gabão é um pais produtor de petróleo, que teve sua independência da França conquistada em 1960. O presidente Ali Bongo assumiu a presidência em 2009, sucedendo seu pai que era presidente desde 1967. A oposição dizia que a família que governou o país por 56 anos não compartilhava a riqueza do petróleo e da mineração com os habitantes.
Com a tomada de poder, o Conselho de Paz e Segurança (PSC) da União Africana anunciou a suspensão do Gabão, afirmando que “condena com firmeza a tomada de poder militar, e suspende imediatamente todas as participações do Gabão da UA, de seus órgãos e instituições”.
Se consolidado, o Gabão será o sétimo país a ser governado por militares que tomaram o poder entre os países da África Ocidental e Central, desde 2020. O Níger, Mali, Guiné, Burkina-Faso, Sudão e Chade também passaram por processos similares.
A primeira ministra da França, Elisabeth Borne, declarou que os franceses estão acompanhando a situação de perto. Nos outros países em que os militares tomaram o poder, os comandantes declarados chefes de estado decidiram por retirar tropas francesas que atuam nos países da região.
O presidente Ali Bongo visitou a China em abril deste ano. A posição do Ministério de Relações Exteriores da China, pediu que a situação no Gabão seja resolvida pacificamente, e disse que a segurança do presidente Bongo deve ser garantida.
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