Por AFP
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou nesta segunda-feira (14) uma manifestação da oposição realizada no domingo, afirmando que os presentes procuraram recuperar “privilégios” do passado, e não protestar contra uma reforma da autoridade eleitoral que ele promove.
“Aqueles que se manifestaram ontem (…) o fizeram a favor da corrupção, do racismo, do classismo, da discriminação”, disse o presidente em sua entrevista coletiva matinal
Na véspera, uma maré humana tomou conta da importante Avenida Paseo de la Reforma, na capital, em repúdio a uma reforma constitucional do líder esquerdista que visa modificar o Instituto Nacional Eleitoral (INE), a autoridade máxima no assunto.
A iniciativa de modificar a entidade pretende fundamentalmente que os conselheiros e magistrados sejam eleitos por voto direto. Atualmente, eles são nomeados pelo Legislativo. López Obrador acusa o INE de ter endossado fraudes em 2006 e 2012, quando perdeu as eleições.
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A marcha foi muito importante ironizou o presidente, dizendo que se tratava de um “‘strip-tease’ político, uma saída das máscaras do conservadorismo“.
O presidente criticou a participação de políticos como o ex-presidente Vicente Fox e o deputado Santiago Creel, ambos do conservador Partido de Ação Nacional (PAN). Diante do slogan “Não se toca no INE” que marcou a marcha, López Obrador sustentou que sua reforma busca “fortalecer e proteger a democracia”.
O partido governista Movimento Regeneração Nacional, de López Obrador, e seus aliados têm maioria no Congresso bicameral. Mas, como se trata de uma reforma constitucional, terá de negociar com a oposição para alcançar os dois terços dos votos necessários para aprová-la.
Mais de um milhão de mexicanos são classificados como negros e outros um milhão são asiáticos. O país possui ainda uma população indígena de cerca de 15 milhões de pessoas, o equivalente de 12% da população total nacional.