O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) suspendeu a decisão do Metrô de São Paulo de mudar o nome da Linha 2-Verde de Paulo Freire para Fernão Dias. A mudança de nome gerou revolta nas redes sociais, uma vez que Fernão Dias foi um bandeirante escravocrata e que explorava indígenas em suas expedições.
A alteração foi anunciada em março deste ano, depois da empresa ouvir 321 pessoas sobre a mudança do nome. A desembargadora Maria Fernanda de Toledo Rodovalho, da 2.ª Câmara de Direito Público do TJ-SP afirmou que a metodologia de pesquisa da empresa era “falha”.
Segundo a magistrada, a estação fica na avenida Educador Paulo Freire e homenageá-lo representa a integração que a educação produz para uma sociedade mais justa e igualitária. O Metrô disse que a pesquisa finalizou em 2022 e a maioria dos entrevistados escolheu o nome do bandeirante.
“Para a estação Fernão Dias, o processo – pesquisa de toponímia e pesquisa de opinião – foi concluído em 2022 e esse nome obteve a maior quantidade de respostas na pesquisa de opinião (57%), em relação aos outros dois nomes possíveis: Paulo Freire (29%) e Parque Novo Mundo (14%)”, afirma o Metrô, em nota.
A Linha 2-Verde faz parte do projeto de expansão do Metrô de São Paulo, na Zona Leste da capital paulista. A ação foi proposta pela deputada estadual Ediane Maria (PSOL). Nas redes sociais a parlamentar comemorou a decisão.
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“Grande vitória! Vocês têm noção, que o governador queria homenagear bandeirante escravagista de negros e indígenas?? É o fim da picada! esse cria de Bolsonaro tá sendo tão ruim quanto o esperado. NÃO PASSARÃO!”, escreveu.