O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a manutenção das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro se encerrará às 23:59h desta segunda-feira (21). Entre as decisões do ministro Alexandre de Moraes está o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de interação com o filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos.
A sessão extraordinária está em curso desde a última sexta-feira (18), quando as medidas restritivas foram anunciadas após operação policial na casa de Bolsonaro e na sede do Partido Liberal (PL). O colegiado já formou maioria pela manutenção das restrições ao ex-mandatário com votos favoráveis dos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Alexandre de Moraes, até o momento, apenas Luiz Fux não registrou seu parecer.
As medidas, portanto, serão cumpridas por Bolsonaro enquanto aguarda seu julgamento final na Suprema Corte que julgará seu envolvimento nos atos antidemocráticos do oito de janeiro, em Brasília, dado os resultados do pleito eleitoral de 2022. A pena máxima dos crimes a serem julgados podem levar Bolsonaro a pegar até 43 anos de prisão.
Durante a operação policial em Brasília foram apreendidos alguns objetos, como um Pen Drive, encontrado no banheiro da casa do ex-presidente, bem como US$14 mil em dinheiro. Todo o material apreendido foi encaminhado para análise da perícia.
Ao sair da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), responsável pela instalação da tornozeleira eletrônica, Jair Bolsonaro conversou com a imprensa e foi questionado sobre os itens apreendidos em seu endereço. “Não Faço ideia”, respondeu ao ser perguntado sobre o Pen Drive.
Alguns minutos depois, na sede do PL, ele voltou a falar com jornalistas sobre o equipamento e afirmou que uma pessoa teria pedido para ir ao banheiro e retornou com objeto em mãos. “Nem sei abrir um Pen Drive” , completou. Sobre os dólares, o ex- presidente afirmou que sempre guardou quantias em dólares em sua residência mas não explicou o motivo.
A defesa de Jair Bolsonaro se manifestou por meio de nota e diz receber as imposições com surpresa e indignação às classificou como severas. “A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do poder judiciário”, escreveu a defesa em trecho da nota.
No documento da ação, Moraes justifica as medidas citando extorsão frente à justiça brasileira, visto que segundo o ministro, Bolsonaro relacionou o fim do tarifaço à concessão de sua anistia.
“A conduta do réu Jair Messias Bolsonaro é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/07/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do povo brasileiro, à Constituição Federal e à Independência do poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária a atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a justiça brasileira, condicionando o fim da ‘taxação/sanção’ à sua própria anistia”, escreveu Moraes no documento.
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