O médico e empresário paulista Carlos Alberto Azevedo Silva Filho foi preso em flagrante por agressão e insultar funcionários negros de um hotel de luxo em Aracaju (SE). Segundo a polícia, ele usou termos racistas como “preto” de forma pejorativa, danificou o patrimônio do local e precisou ser contido por agentes após resistir à prisão.
O caso aconteceu no hotel Vidam, onde o médico, de 44 anos, chegou alterado e alcoolizado, segundo testemunhas. Funcionários relataram que foram alvos de xingamentos e agressões físicas. Um deles, chamado de “gordo” e “preto”, foi empurrado e agredido com socos ao tentar conter a situação. O suspeito também quebrou móveis e um computador da recepção.

A Polícia Militar foi acionada por volta das 23h e encontrou o agressor dormindo no quarto. Mesmo resistindo à prisão, ele foi conduzido à Central de Flagrantes e, no dia seguinte, teve a prisão preventiva decretada pela juíza Carolina Valadares Bitencourt.
A juíza Carolina Valadares Bitencourt afirmou na audiência de custódia que a prisão preventiva era necessária porque a conduta do médico não foi um caso isolado, mas sim um comportamento grave, que demonstrou desrespeito à dignidade humana e à igualdade racial. Ela também destacou que, “por ser médico, profissão que exige respeito e cuidado com a vida, o ato se torna ainda mais grave”.
A gerência do hotel repudiou o ocorrido e prestou solidariedade às vítimas. “O Grupo Vidam reforça que repudia qualquer ato de violência e desrespeito a seus colaboradores”, diz nota oficial. Carlos Alberto Silva Filho permanece preso preventivamente em unidade destinada a detentos provisórios. O caso será investigado também sob a ótica da Lei do Racismo (nº 7.716/1989).
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