Na noite desta segunda-feira (02) a cantora Margareth Menezes tomou posso como ministra da cultura e fez um discurso potente exaltando suas origens e direcionando um novo caminho para o Ministério da Cultura (Minc), pasta que foi extinta no governo de Jair Bolsonaro.
Logo no início da cerimônia de posse, que ocorreu no Museu da República, em Brasília, a nova ministra exaltou a riqueza da cultura brasileira e a importância da retomada da pasta.
“O novo Minc será central no processo de reencatamento do nosso país que foi propositadamente desencantado. Existem aqueles que tem vergonha da cultura brasileira, do Brasil encantado profundo, real, que vive na periferia, nos interiores, nos sertões, ou seja das nossas culturas populares. Isso ocorre porque boa parte vive da ostentação e vê a cultura como elemento de distração e ornamento, não como algo vital”, disse Margareth.
A baiana continuou: “As nossas conquistas foram alcançadas literalmente com sangue suor e lágrimas. A cultura brasileira é um caldeirão efervescente, um elixir poderoso, é como se poda a visão dos povos originários, é como a força inquebrantável dos ancestrais africanos, é como os anseios e sonhos de brancos, índios e negros”, declarou a ministra.
Durante seu discurso Margareth também destacou sua origem popular e artística.
“Eu venho desse caldeirão, dessa luta de muito sangue derramado, de muitas vidas perdidas para a violência do racismo estrutural. Eu venho ao lado dos que fizeram e fazem da arte a cultura do nosso país. Eu venho de lá da ponta, eu venho daí de vocês”, disse a ministra sob aplausos.
A empossada também fez críticas à extinção da pasta pelo governo anterior.
“Como aceitar que de repente o Ministério da Cultura tenha desaparecido por duas vezes do nosso horizonte? Nunca mais. Isso meche profundamente com a nossa alma, desestabiliza nosso potencial econômico e portanto estamos aqui pra celebra sua volta e dizer com força ‘Nós merecemos o nosso ministério’.
Nesse hiato de quatro anos o tamanho da nossa perda é muito grande e vamos precisar de muito trabalho e paciência para revertê-la. Vamos construir pontes que nos levarão a um futuro mais justo para os artistas e cidadãos brasileiros no geral”, declarou a ministra da cultura.
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