A Estação Primeira de Mangueira vai levar para a Sapucaí o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. A escola é a última a desfilar no Domingo de Carnaval (19), com início previsto para entre 3h e 3h50. A Bahia é, mais uma vez, elemento do enredo da verde e rosa.
Estreando uma nova dupla de carnavalescos após a saída do bicampeão Leandro Vieira, a escola quer levantar o caneco que não vem desde 2019. A Mangueira volta a se apresentar na Avenida com uma narrativa de protagonismo negro. A escola canta toda sua africanidade e religiosidade sob a batuta de uma dupla de carnavalescos: Annik Salmon, de 41 anos, e Guilherme Estevão, de 28.
A escola, que vai abordar as várias tribos africanas escravizadas que desembarcaram na Bahia. E a partir da dor e do sofrimento, levantaram questões sociais através de manifestações carnavalescas pretas e femininas.
O enredo propõe levar à Sapucaí a construção das visões da África na Bahia, por meio da musicalidade e das instituições carnavalescas negras, com destaque para o protagonismo feminino e questões como o racismo. Da penúltima vez que foi campeã, a escola teve o estado nordestino como plano de fundo em sua homenagem à Maria Bethânia, uma das filhas mais ilustres daquela terra.
“Nosso enredo quer mostrar como as questões sociais que estão presentes desde o processo de escravidão e que são transformadas em carnaval, a partir dessas várias áfricas, são apresentadas com alegria a partir do carnaval”, explica o carnavalesco Gui Estevão.
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A Mangueira volta a se apresentar na Avenida com uma narrativa de protagonismo negro. Sob o título de “As Áfricas que a Bahia canta”, a escola canta toda sua africanidade e religiosidade, junto de representantes dos vários blocos e afoxés. A presença feminina vai dominar o cenário. Inclusive na bateria da escola, com um naipe de xequerês, tocado por 12 mulheres. Para contar essa história na Sapucaí, a descobriu nas estampas de artistas baianos o acabamento ideal para fantasias e adereços.
Samba Enredo Mangueira 2023
Toda mulher é flecha da evolução
Que Exu abra nossos caminhos
E faça do quilombo verde e rosa
Um palácio de toda rainha preta
Mangueira, onde o Rio é mais baiano
Eparrey, Oyá
Oyá, Oyá, Oyá, eô
Ê matamba, dona da minha nação
Filha do amanhecer, carregada no dendê
Sou eu a flecha da evolução
Sou eu, Mangueira, flecha da evolução
Levo a cor, meu Ilú é o tambor
Que tremeu Salvador, Bahia
Áfricas que recriei, resistir é lei
Arte é rebeldia
Coroada pelos cucumbis
Do quilombo às embaixadas
Com ganzás e xequerês fundei o meu país
Pelo som dos atabaques canta meu país
Traz o padê de Exu
Pra mamãe Oxum tocar o ijexá
Rua dos afoxés, voz dos candomblés
Xirê de orixá
Traz o padê de Exu
Pra mamãe Oxum tocar o ijexá
Rua dos afoxés, voz dos candomblés
Xirê de orixá
Deusa do Ilê Aiye, do gueto
Meu cabelo black, negão, coroa de preto
Não foi em vão a luta de catendê
Sonho badauê, revolução didá
Candace de Olodum, sou debalê de Ogum
Filhos de Gandhi, paz de Oxalá
Quando a alegria invade o pelô
É carnaval, na pele, o swing da cor
O meu timbal é força e poder
Por cada mulher de arerê
Liberta o batuque do Canjerê
Eparrey, Oyá
Eparrey, mainha
Quando e verde encontra o rosa, toda preta é rainha
Eparrey, Oyá
Eparrey, mainha
Quando e verde encontra o rosa, toda preta é rainha
O samba foi morar onde o Rio é mais baiano
O samba foi morar onde o Rio é mais baiano
Reina a ginga de Iaiá na ladeira
No ilê de Tia Fé
Axé, Mangueira
Ficha técnica
Fundação: 28 de abril de 1928
Cores: verde e rosa
Presidentes de Honra: Hélio Turco
Presidente: Guanayra Firmino
Carnavalescos: Gui Estevão e Annik Salmon
Diretor de Carnaval: Amauri Wanzeler
Mestres de Bateria: Taranta Neto e Rodrigo Explosão
Rainha de Bateria: Evelyn Bastos
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Matheus Olivério e Cintya Santos
Comissão de Frente: Cláudia Mota
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