Mesmo mais escolarizadas que os homens, mulheres ganham 21% a menos, aponta IBGE

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Nesta sexta-feira (08), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou um estudo que mostra que as mulheres são mais escolarizadas que os homens, porém, recebem em média, 21%  a menos. A desigualdade é ainda maior no âmbito das profissões intelectuais e científicas.

Nessa categoria, a ala feminina ganha cerca de 36,7%  a menos que os homens. Segundo os dados do IBGE, que fazem parte da pesquisa de Estatísticas de Gênero, referente aos números de 2022. Com base no levantamento, aproximadamente 21,3% das mulheres com 25 anos ou mais têm ensino superior. Já entre os homens, o percentual é de 16,8 %.

Nesta sexta-feira (08), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas divulgou um estudo que mostra que as mulheres são mais escolarizadas que os homens, porém, recebem em média, 21%  a menos – Foto: Pixabay / Ernesto Eslava

Em relação  à formação nas áreas de Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (CTEM), é bem inferior em comparação aos homens. Nesse meio, apenas 22% dos formandos são mulheres. Esse percentual, há 10 anos, era um pouco maior, por volta de 23,2%. Em contrapartida, na área de bem-estar social, como Serviço Social e Enfermagem, a participação feminina sobe para 92%. Segundo Barbara Cobo, coordenadora de estudo do IBGE, os estereótipos de gênero podem estar associados a essa  grande diferença.

Esses números pioram entre pretas e pardas 

A situação não é igualitária entre as mulheres. No entanto, com base em vários indicadores, a realidade é pior para pretas e pardas:

  • As pretas ou pardas estavam mais envolvidas no trabalho doméstico e cuidado com pessoas;
  • Mulheres pretas ou pardas têm a menor participação na força de trabalho;
  • Pretas ou pardas exerciam mais o trabalho parcial do que as mulheres brancas;
  • Pretas ou pardas (14,7%) têm menos acesso ao ensino superior que as brancas (29%).

Além de ganharem menos do que os homens, as mulheres têm menos acesso aos cargos de liderança, em síntese , ocupam 39% desses postos, enquanto os homens, 61%. Inclusive, o grupo de atividades em que elas enfrentam mais dificuldades para chegarem no topo é na Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura. Somente 16% dos cargos gerenciais destas áreas são comandados por figuras femininas (a média entre todas as áreas é 39%). 

Ainda de acordo com o estudo, as mulheres continuam fazendo muito mais trabalho doméstico do que os homens; são (21,3 horas) semanais, quase o dobro do que é dedicado por eles, por volta de  (11,7 horas). Além disso, a carga total de trabalho delas, combinado com o emprego remunerado e os afazeres do lar , também é maior.  Enquanto elas dedicam cerca de 54,4 horas semanais, “eles dedicam 52,1“.

Conforme a pesquisadora do IBGE, não é possível esperar uma “grande revolução” no pensamento dos homens, mas, sim, políticas públicas que tornem a carga de trabalho mais igualitária, como licenças iguais de paternidade e maternidade e escolas públicas com oferta de período integral. “É muito exaustivo, você não conhece uma mãe que não esteja exausta”, ressaltou Bárbara .

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Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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