Mais de 7 milhões de brasileiros comprometem a renda com apostas, segundo CNDL

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CNDL afirma que apostas comprometem renda de 7 milhões de brasileiros

Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o SPC Brasil e a Offerwise, milhões de brasileiros passaram o último ano jogando ou apostando pela internet. O levantamento estima que 39,5 milhões de consumidores fizeram ao menos uma aposta online no período. As modalidades mais procuradas são as apostas esportivas, seguidas por slots, roletas e caça-níqueis. A curiosidade, a sensação de entretenimento e a busca por retorno financeiro rápido aparecem entre as principais motivações.

Embora muitos tratem o hábito como diversão, a pesquisa mostra que parte dos apostadores mantém uma rotina intensa de jogo. Quase um quarto deles entra em plataformas toda semana, enquanto 18% jogam duas ou três vezes por semana e 11% fazem apostas diariamente. O Pix domina como meio de pagamento, aparecendo em 76% das transações. Em segundo lugar surge o cartão de crédito, apesar de o método estar proibido desde o início do processo de regulamentação. O gasto médio mensal declarado é de R$ 187, podendo superar R$ 255 entre pessoas de maior renda.

O impacto no orçamento familiar aparece com destaque no relatório. Ao menos 41% dos apostadores deixaram de consumir algo para continuar jogando, como internet, refeições fora de casa e até compras de supermercado. Há ainda quem tenha sentido efeitos mais graves: 19% dizem que parte da renda foi comprometida e 17% afirmam ter atrasado contas por causa das apostas.

As modalidades mais procuradas são as apostas esportivas, seguidas por slots, roletas e caça-níqueis – Foto: Bruno Peres/Agência Brasil.

Outro estudo, do Tribunal de Contas da União (TCU), calculou que cerca de 800 mil famílias destinam mais de 2% do orçamento mensal ao jogo, índice que, pela literatura da Organização Mundial da Saúde, indica alto risco social.

Para Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, o crédito fácil eleva esse perigo. “A permissão de uso de cartão de crédito e o acesso fácil a empréstimos para apostar representam um risco ainda maior para as famílias”.

A métrica de aprovação social também divide opinião. Muitas pessoas conhecem alguém que enfrentou problemas com jogos online e a propaganda feita por famosos é reprovada por boa parte dos brasileiros. Mesmo assim, parcela dos entrevistados defende a manutenção do mercado, desde que existam regras rígidas e fortes mecanismos de fiscalização.

O presidente da CNDL, José César da Costa, afirma que o avanço desse setor já exige respostas do poder público. “Precisamos de políticas públicas que tratem o vício em jogos como uma doença, com ações de conscientização e limites mais rígidos na publicidade e nos métodos de pagamento”.

Clique para conferir relatório.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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