A maioria dos refugiados são venezuelanos. Amazonas é o segundo estado da região Norte com mais pedido de refúgio, atrás apenas de Roraima.
Segundo dados divulgados pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) para revista A Crítica pelo menos 33 mil refugiados que residem na cidade de Manaus vivem abaixo da linha da pobreza. A maioria dessas pessoas são venezuelanas, muitos possuem ensino superior, mas sobrevivem na informalidade após deixarem seu país de origem.
De acordo com os dados produzidos pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), através da prefeitura de Manaus, há 44,8 mil pessoas não nacionais inscritas no Cadúnico. O Cadúnico é um registro que permite o governo brasileiro saber quem são e como vivem as famílias de baixa renda no país, através dele é possível que pessoas que sofrem algum tipo de vulnerabilidade social participe de programas sociais. Do número de refugiados inscritos atualmente em Manaus, 42.527 são venezuelanos.
Na última sexta feira (13) o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MSJP), o Observatório das Migrações Internacionais e o ACNUR divulgaram o relatório nacional ´´Refúgio em Números e o internacional Tendências Globais — Deslocamento Forçado em 2024´´. O relatório mostra que o Amazonas foi o segundo estado da Região Norte com mais pedidos de solicitação de refugiados, ficando abaixo somente de Roraima, que ainda é o estado considerado como principal porta de entrada dos imigrantes venezuelanos.
Segundo a chefe do escritório da ACNUR em Manaus, Laura Lima, o Amazonas apesar de ter um contexto completo, também é fluído e já lidou com as questões da imigração na última década, quando recebeu colombianos e haitianos. “É um Estado que está acostumado e já tem alguns mecanismos para poder receber as pessoas e assegurar que elas tenham a proteção mínima, as quais elas têm direito, mas como mesmo as pessoas brasileiras do Amazonas enfrentam dificuldades para acessar seus direitos, as pessoas refugiadas enfrentam muitas vezes as mesmas [dificuldades]”, disse.
Desde 2018, mais de 148 mil refugiados vindos da Venezuela cruzaram a fronteira rumo ao Brasil, e mais de 100 mil foram registrados no Amazonas.
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