Maioria de eleitores acham que faltam vereadores negros e mulheres, aponta Datafolha

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A pesquisa divulgada neste domingo (07) pelo Datafolha, realizada com eleitores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, mostra que o número de mulheres e negros nas Câmaras Municipais é considerado insuficiente pela maioria dos eleitores. Na cidade de São Paulo, 74% dos eleitores consideram que a quantidade atual de vereadoras é inferior ao ideal, assim como de representação de parlamentares negros.

Essa percepção é compartilhada por 70% dos eleitores na cidade do Rio de Janeiro, 65% em Belo Horizonte e 67% em Recife. Esses mesmos percentuais também indicam uma percepção semelhante em relação à falta de representatividade de negros nas câmaras municipais dessas capitais.

Os dados da pesquisa também revelam que cerca de 8 em cada 10 entrevistados afirmam que o gênero e a cor de um candidato não seriam fatores decisivos na escolha de um prefeito ou prefeita nas próximas eleições municipais, que ocorrerão em 6 de outubro.

Cerca de 8 em cada 10 entrevistados, porém, afirma que cor e gênero não fariam diferença na hora de votar para prefeito em quatro capitais Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Por outro lado, entre 20% e 26% dos eleitores entrevistados consideram que o número de mulheres nas câmaras municipais é adequado, ou até mesmo maior do que deveria ser, variando conforme a cidade. Em relação aos pretos e pardos, essa percepção de que o número de legisladores é suficiente varia de 17% em São Paulo a 26% em Recife.

A pesquisa foi realizada com um total de 3.164 pessoas entre a última terça-feira (02) e quinta-feira (04). A margem de erro é de três pontos percentuais no Rio de Janeiro e São Paulo e de quatro pontos percentuais em Belo Horizonte e Recife, para mais ou para menos. A percepção majoritária reflete a realidade observada nas opiniões dos eleitores sobre a representatividade de mulheres e negros nas Câmaras Municipais dessas capitais.

Entre as quatro capitais, a parcela de mulheres e negros nas Câmaras Municipais é inferior às suas populações, mesmo com novas regras impostas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e outros órgãos nos últimos anos.

Desde 2020, os partidos precisam distribuir seus recursos do fundo eleitoral e seu tempo de propaganda gratuita de maneira proporcional à quantidade de candidatos negros e brancos. Já as mulheres devem ser 30% das candidatas e receber no mínimo 30% das verbas públicas para campanha.

Enquanto isso,

a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/23, que concede anistia aos partidos políticos que não aplicaram, nas eleições anteriores, o mínimo de recursos em campanhas femininas ou de pessoas negras, foi retirada da pauta da Câmara dos Deputados, e deve ser discutida apenas em agosto.

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