“Maestro Selvagem”: vida e obra do mais importante compositor de ópera brasileiro vira peça de teatro

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A história de um dos maiores compositores do Brasil, Carlos Gomes, será contada nos palcos do teatro e estreia em breve na capital fluminense. Escrita por Miriam Halfim, direção de Ary Coslov, e Luciano Quirino no papel do talentoso maestro compositor, “Maestro Selvagem” nasce com o intuito de mostrar para o público a beleza das composições e também a controversa personalidade de um dos artistas nacionais mais renomados.

A peça transpõe para a linguagem teatral, o que é necessário saber sobre este importante compositor de ópera brasileira. A temporada será de 04 a 27 de outubro, no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), Av. Rio Branco, 241-  Centro, de quinta e sexta, às 19h, sábado e domingo, às 18h. 

Luciano Quirino no papel do talentoso maestro compositor Carlos Gomes /Foto: Guga Melgar

Fiquei impressionada com a sua história de vida, com seu talento inato, com sua fantasia ao se imaginar descendente de indígenas – talvez uma maneira de se proteger do preconceito de que eram vítimas os negros mas, sobretudo, com suas incríveis criações musicais, que deveriam ser amplamente conhecidas pelos brasileiros. É mais do que hora de homenagear o compositor de óperas que elevou o nome do Brasil ainda no século XIX, fazendo-o brilhar no célebre teatro La Scala de Milão, em quatro estreias de suas composições. Seu brilho, seu sofrimento, seu comportamento selvagem,  suas vitórias, tragédias e fracassos, são todos relevantes; independente do viés abordado, Carlos Gomes tem uma história que merece ser contada. É indispensável que os brasileiros conheçam a obra e a vida desse grande homem, maestro e compositor de óperas que granjeou fama mundial, mas ainda é pouco lembrado em seu próprio país”, declara a autora, Miriam Halfim.

Carlos Gomes é não só um dos grandes nomes da história da música brasileira, mas também da música mundial. Respeitado e reconhecido como um grande compositor em muitos países, infelizmente sua história é pouco difundida no Brasil. “Maestro Selvagem” procura mostrar para o nosso público a beleza de suas composições, suas conquistas, suas derrotas – que também aconteceram – mas sempre buscando enaltecer o quanto de perseverança de um artista negro, com estreita relação com o movimento abolicionista. O Maestro venceu pela arte e lutou por sua aceitação; transitava pela nobreza da época do Brasil do Segundo Império, e obteve êxito na Europa, exportando o valor da nossa rica sonoridade. 

Embora ele (Carlos Gomes) seja um grande músico, compositor e maestro de indiscutível talento, a peça não é exatamente um “musical”, mas procura, sim, mostrar o altíssimo nível de suas composições num contexto de muitas dificuldades, algumas tragédias, a luta contra o preconceito, suas paixões, rejeições, etc. Enfim, um gênio da música com uma vida bastante atribulada. Acredito que tomar conhecimento do enorme talento de Carlos Gomes é mais do que suficiente para mobilizar qualquer público. Nem todos sabem que ele era preto, ainda nos tempos da escravatura, e com bravura, determinação e, sobretudo, talento, venceu (quase) todos os obstáculos e se tornou um dos grandes músicos, não só da música brasileira mas também da história mundial”, explica Ary Coslov. 

Para Luciano Quirino, receber o convite e poder trazer a história deste grande artista foi um dos maiores presentes dos últimos meses. “Somos dois corpos negros em tempos diferentes, mas ainda assim, enfrentando os mesmos problemas, lutas e dilemas quase 200 anos depois. Fascinante a oportunidade que estou tendo de criar uma personagem tão controversa, intensa, intempestiva, antagônica, bipolar, suas estratégias de sobrevivências, amores, paixões e uma vasta obra musical. O pouco conhecimento ou nenhum de muitos sobre a obra e vida do Maestro Compositor Carlos Gomes, me leva a crer em um resgate histórico artístico e cultural de um dos “nossos” artistas pretos mais geniais do século XIX. Meu interesse, além de contar a história de suas obras, composições e conquistas, está na humanização do Maestro Compositor Carlos Gomes em toda sua amplitude”, completa.

Serviço: 

Onde: Centro Cultural da Justiça Federal.

Av. Rio Branco 241, Centro

Datas: de 04 a 27 de outubro

Sessões extras: dias 11, 17, 18, 24 e 25/10 – às 16h 

Dias: Quinta e sexta, às 19 h. Sábado e domingo, às  18h.

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