A escritora Gabriela Rocha, lançou, na última quarta feira (24) o livro Gabyanna Negra e Gorda. A obra relata a solidão de uma mulher negra que decidiu parar de se culpar de nenhum relacionamento nunca ter dado certo e passou a enxergar que talvez as causas poderiam ter raízes no preconceito. “Sempre estudei em escolas particulares e tinha uma boa condição financeira, então, meus amigos eram na maioria brancos. Demorei para entender o racismo. Em Brasília, ele tem uma dinâmica diferente. Se você tem dinheiro, você consegue ser inserido de alguma forma. Aos 23 me mudei para o Rio de Janeiro e lá percebi que o que importava era a minha cor. Era comum receber um entregador na minha própria casa e ele pedir para eu chamar a patroa”, recordou.
Temas complexos, como solidão e intolerância, são abordados na obra de maneira leve e, na medida do possível, bem-humorada. “Escrever o livro foi uma catarse. Como se eu precisasse colocar no papel as experiências que vivi para, então, me libertar de vários fantasmas. Os feedbacks têm sido positivos, minha família diz que conheceu uma outra Gabriela no livro. Também recebi relatos de pessoas que não acreditavam nessa hipótese da solidão da mulher negra e, a partir do livro, puderam refletir sobre o tema”, revela a autora.
O livro contou com a ajuda da jornalista Érika Freire e do desenhista carioca, Airá O Crespo, ambos seus amigos.