Nesta terça-feira (14) a cantora e compositora Liniker vai receber um assento como imortal na Academia Brasileira de Cultura (ABC), sendo a primeira mulher trans a ocupar esse lugar, na instituição. Liniker vai preencher a cadeira número 51, que foi da cantora e compositora Elza Soares, que faleceu no último ano.
A artista de 28 anos, também foi a primeira pessoa trans a vencer um Grammy Latino na categoria ‘Melhor Álbum de Música Popular Brasileira’ com o projeto Indigo Borboleta Anil. Junto de Liniker, Margareth Menezes, Conceição Evaristo, Alcione e Luana Xavier também vão receber um lugar na academia. Nas redes sociais, a cantora comemorou o feito.
“Eu ainda nem sei o que falar com tamanha honraria que recebo. Assumir esse lugar, a cadeira 51, que foi de Elza Soares nossa eterna voz, no Brasil em que vivemos, com os recortes que perpassam meu corpo, é surreal e gigantesco. Nunca achei que seria possível ser considerada assim, por não imaginar mesmo, por ser distante“, escreveu Liniker, que continuou:
“No meu peito se encontra um certo silêncio preenchido por emoção, por imaginar minha trajetória até aqui, pensando em tudo o que eu já escrevi e ainda escreverei, cantarei, interpretarei, assimilarei e construirei junto à cultura brasileira. A minha família, meus amigos, meus amores, meus fãs, a academia brasileira de cultura e toda a minha ancestralidade, obrigada.”
A cantora destacou que sua fala “não é apenas um post numa rede social”, e reforçou que esse momento, é histórico. “Aqui vemos a história sendo escrita junto a um mar de novas possibilidades que se abrem para tantas pessoas no Brasil. Nós estamos aqui e nós existimos“.
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