A atriz não conteve o fluxo forte de emoções para dar vida à personagem e sentiu na pele as dores da época triste da História
Cinnara Leal, que atua como Justina na trama “Nos Tempos do Imperador”, da TV Globo, conta que começou a conquistar frases maiores para sua história. “Li diversas referências de autores negros, troquei muito com o elenco, pesquisei, estudei bastante. Ninguém nunca ficou dois anos fazendo uma novela, vamos tirar proveito disso e agregar mais ainda a história”, conta ela.
Segundo ela, o mergulho na personagem serviu também como válvula para suportar a quarentena. “Ela traz muita informação desde sua imagem e tem exigido uma entrega intensa de uma história que vai além de mim”, diz Cinnara.
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Há poucos dias, Cinnara desenvolveu um processo no rosto, no colo, um inchaço nos braços, febre e teve de tomar corticoide. Foram duas semanas de luta para continuar as gravações, enquanto seu corpo reagia à essa catarse emocional. Essa era a resposta da demanda de cenas fortes que foram gravadas pela atriz. São dores e lutas que permeiam até hoje as pessoas pretas.
Ela conta que essas características ultrapassam sua personagem e reforçam sua dedicação ao trabalho de atriz. “Reviver essas histórias machucam, doem e isso está no físico também. Transbordou o meu emocional, tem sido uma experiência nova”, diz. Ela sentiu na pele as dores da época, mas de muita resistência da história do povo preto.
Cada vez mais conselheira do que confidente de Luíza, Justina cresceu e o reconhecimento à forma como Cinnara vestiu sua personagem tem se dado através de elogios da equipe e os desdobramentos até o fim da trama.
