“Lá só tinha lixo, a escória, na moral”: PM de SP investiga policiais que cantaram música exaltando massacre do Carandiru

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A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) abriu investigação para apurar vídeo de policiais que aparecem cantando música exaltando o massacre do Carandiru. Na música, os policiais exaltam o episódio ocorrido em 1992, que terminou com 111 detentos mortos no presídio de São Paulo.

Segundo informações da CNN, o ouvidor das polícias de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, afirmou que a ouvidoria teria recebido a denúncia anônima do vídeo na última quinta-feira (4) e acionou a Corregedoria da PM pedindo apuração e responsabilização sobre os fatos. A ouvidoria.

“O evento Carandiru faz parte de um passado que não nos orgulhamos. Comemorar ou qualquer outra coisa do gênero é no mínimo vergonhoso”, disse o ouvidor.

Na música os policiais exaltam o episódio ocorrido em 1992 que terminou com 111 detentos mortos no presídio de São Paulo – Vídeo: Reprodução Redes Sociais.

A Música

“Ali só tinha lixo, só escória, na moral; foi dado ‘pista quente’ para derrubar geral; bomba, facada, tiro e granada; corpos estirados e cabeças arrancadas; cenário é de guerra, tipo Vietnã; a minha continência, Coronel Ubiratan; vibra ladrão, sua hora vai chegar”, diz parte da letra cantada pelos agentes.

Coronel Ubiratã, a quem o grupo de policiais presta homenagem, foi o comandante da operação na época. Em 2001, foi condenado a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos 111 detentos, mas foi eleito deputado estadual por São Paulo com 56 mil votos no ano de 2002. O vídeo foi compartilhado nas redes sociais e teve repercussão negativa.

O Massacre do Carandiru

A Polícia Militar invadiu o Pavilhão 9 da Casa de Detenção, Carandiru, em São Paulo, em outubro de 1992 para conter uma rebelião de presos que estava sendo transmitida ao vivo pela TV. Vinte minutos após o início da operação, ocorreu um confronto dentro do presídio que resultou na morte de 111 detentos por tiros ou facadas. Os policiais militares afirmaram ter agido em legítima defesa.

Foto da capa: Reprodução redes sociais.

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