Após o caso de injúria racial que marcou o encontro entre Vitória e Doce Mel, o futebol baiano viveu mais um caso de injúria racial em menos de uma semana. Na noite desta segunda-feira (30), um torcedor do Vitória publicou em uma rede social uma comparação do atacante Kayky, do Bahia, a um macaco. Após a repercussão negativa, a postagem foi apagada.
O Bahia repudiou o ato e informou que, além de denunciar a conta na rede social, prestou uma queixa na Polícia Civil. O estado tem a segunda maior população de pretos do país em números absolutos, logo abaixo de São Paulo (3.453.975), estado brasileiro mais populoso.
No post, o torcedor publicou uma foto da comemoração de Kayky, que imitou uma galinha após o gol marcado no clássico do último domingo. Logo abaixo, ele acrescentou a uma imagem de um macaco, fazendo uma comparação racista entre as duas fotos.
A comemoração de Kayky havia feito alusão ao Ba-Vi de 2018, que terminou após uma confusão generalizada que deixou o Rubro-Negro com uma quantidade de jogadores inferior ao mínimo permitido em campo. A partida foi encerrada com uma vitória tricolor por W.O., e, desde então, a galinha tem sido usada em provocações da torcida do Bahia.
Mudança na lei
No começo deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível. Ainda, segundo a proposta, o crime de racismo realizado dentro dos estádios terá também pena de dois a cinco anos. Isso valerá no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais.
O texto proíbe ainda a pessoa que cometer o crime em estádios ou teatros, por exemplo, de frequentar por três anos este tipo de local. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, disse que devem ser adotadas medidas mais duras nesses casos.
– A gente sabe que isso não vai acabar se não for com medidas bem eficazes. Apenas a questão de uma multa, que depois paga e acabou, e na semana que vem, novamente, tem o mesmo problema, eu acho que quando pune, provando realmente que aconteceu naquele estádio, que o torcedor é daquele clube, eu acho sim que tem que tirar pontos e tem que tirar também mando de campo – afirmou.