A Justiça de Minas Gerais converteu em preventiva a prisão do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, durante uma discussão de trânsito em Belo Horizonte. O crime ocorreu na manhã de segunda-feira (11), quando a vítima trabalhava e foi atingida por um disparo de arma de fogo. A decisão seguiu recomendação da audiência de custódia e prevaleceu sobre o pedido da defesa que alegava bons antecedentes e residência fixa, e pedia relaxamento da prisão.
Renê se apresentava nas redes sociais como “cristão, marido, pai e patriota” e reunia cerca de 30 mil seguidores no Instagram, mas excluiu todos os perfis, incluindo o LinkedIn, após a repercussão do caso. Segundo relatos, o conteúdo apagado mostrava sua autoimagem de integridade familiar e valores conservadores. Em seu perfil profissional, ele se descrevia como diretor executivo de uma empresa de alimentos. O desaparecimento dos perfis aconteceu nas horas seguintes à divulgação do crime.

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A esposa do empresário, delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, atua na Casa da Mulher Mineira, unidade especializada no atendimento à violência doméstica inaugurada em março de 2022. Ela é autora do livro ‘Violência Doméstica e Políticas Públicas de Enfrentamento‘ e permanece em exercício, segundo a polícia, pois não houve indicação para afastamento.
No dia do crime, ele teria se irritado com um caminhão de limpeza que, segundo testemunhas, impedia a passagem do seu carro. Saire do veículo, apontou uma arma em direção à cabine da coleta, depois disparou contra Laudemir. O gari chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A perícia deve confirmar se a arma utilizada pertencia à esposa, como investigado.
A prisão preventiva busca assegurar o andamento das investigações, proteger testemunhas e evitar a fuga do suspeito. O tribunal entendeu que, apesar do apelo da defesa, era necessária a medida cautelar mais rígida devido à gravidade da acusação. Renê foi localizado e preso em uma academia de alto padrão em Belo Horizonte, poucas horas após o crime.
A polícia investiga o caso com base em testemunhos, identificação do carro e arma apreendida. A Corregedoria da polícia também acompanha a situação da delegada. A movimentação ocorreu sob forte pressão social, com pedidos de que não haja interferência institucional no processo.