O julgamento da ex-deputada Flordelis, realizado no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, chegou ao 3º dia nesta quarta-feira (09) e não tem prazo para terminar. Flordelis é acusada de ser a mandante da morte do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.
O advogado da família do pastor Anderson do Carmo disse esperar que o julgamento acabe até sexta-feira, mas, se precisar estender, o júri não vai parar por causa de feriado e fim de semana.
A terceira testemunha a depor nesta quarta-feira Dayane Freires, filha do casal. Ela trabalhava como tesoureira na igreja da ex-deputada e revelou em depoimento que, em vários episódios, ficou sabendo de relações sexuais mantidas pelo pastor Anderson do Carmo e outras mulheres da casa. Segundo ela, Flordelis sabia das relações paralelas do marido.
Dayane citou uma situação de abuso sexual que supostamente teria sido cometida pelo pastor contra uma das filhas da ex-parlamentar. O depoimento ocorreu por videoconferência, pois Dayane alegou questão emocional para não prestá-lo presencialmente.
“Ela (a irmã abusada) falou que o pastor procurava ela no nosso quarto. Achamos que era mentira. Numa certa noite, ela falou: ‘Fiquem acordadas, que vocês vão ver que eu não estou mentindo’. De fato, uma noite ele entrou no nosso quarto e alisou minha irmã, a gente morava em Piratininga. No dia seguinte, quando amanheceu, a gente perguntou: ‘Por que você não conta para a mãe? Fala para ela, porque se ela descobrir vai falar que você está dando em cima’. Aí ela falou: ‘Day, eu conversei com a mãe, e ela pegou a bíblia e me mostrou que se a mulher está ciente de que o marido está procurando outra, não é pecado’. Depois disso que a gente se fechou“, relatou.
Após a delegada Bárbara Lomba, que investigou o caso, relatar em depoimento incesto na família, Rodrigo Faucz, advogado de Flordelis, negou a existência desse tipo de relação. “É algo totalmente inverídico. Essa prática nunca existiu.” Daiane disse ainda que Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis e também ré no processo, usava uma suposta relação com Anderson como “trunfo”. Segundo a testemunha, Simone relatou que Anderson teria dito que iria “usufruir” de cirurgias plásticas que pagou para ela —tais como colocação de silicone nos seios.
Além de Flordelis, também estão sendo julgados Simone Santos, filha biológica; Rayane dos Santos Oliveira, neta da pastora; e Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira, filhos adotivos.
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