Intolerância Religiosa: denúncias aumentam mais de 80% no primeiro semestre de 2024

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Os ataques a liberdade religiosa continuam crescendo no Brasil, depredação de templos, pichação e ataques virtuais são parte do cotidiano dos religiosos no país. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania disponibiliza um painel de dados que mostram os registros de denúncias e violações de liberdade religiosa, no primeiro semestre de 2024 o país registrou 1.227 denúncias, um aumento de 80% em relação ao primeiro semestre do ano passado que registrou 681 denúncias.

Negros e mulheres são o perfil que mais sofrem com a intolerância religiosa, considerando o primeiro semestre deste ano, ou seja de janeiro a junho, 647 casos foram contra pretos ou pardos, ou seja mais da metade dos 1.227 casos já registrados no período. Destes casos 60,5% são mulheres, 32,4% são homens, 0,24% são intersexo e 6,84% não informaram.

Durante todo o ano de 2023 o Brasil registrou 1482 denúncias de intolerância religiosa e 2.128 violações, já em 2024, houve um aumento significativo, o país registrou 1.482 denúncias e 2.128 violações de liberdade religiosa até agora.

Negros e mulheres são o perfil que mais sofrem com a intolerância religiosa – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

O estado que mais teve registros de ataque a liberdade religiosa até a data da reportagem foi São Paulo, confira o top 5:

  • São Paulo – 351 registros
  • Rio de Janeiro – 318 registros
  • Minas Gerais – 120 registros
  • Bahia – 104
  • Rio Grande do Sul – 102

Denúncia em Salvador

Em maio deste ano, a Ialorixá Mãe Iara D´Oxum denunciou que foi vítima de racismo religioso em um desabafo em suas redes sociais. O caso ocorreu em Cajazeiras, em um salão de beleza no Salvador Norte Shopping, na capital baiana. Em vídeo ela conta que uma funcionária do estabelecimento se negou a atendê-la porque ela estava usando vestes características de religiões de matriz africanas.

Aos 57 anos, eu, uma mãe de família, ainda tenho que me prestar a esse papel na delegacia, contra pessoas. No Shopping Norte, eu fui fazer a unha e ela disse eu que não atendo esse povo. Por que eu estou de branco? Sexta-feira? E eu não vou me calar. Intolerância religiosa nunca mais. Todo mundo me olhando como se eu tivesse roubado, matado. Foi horrível. Uma sensação de impotência”, desabafou ela em um vídeo à época.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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