Após acordo hospital modelo de tratamento de câncer volta a atender pacientes do SUS

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O Hospital A.C. Camargo, especializado no tratamento do câncer em São Paulo. — Foto: Divulgação

Após acordo entre a Prefeitura de São Paulo e o governo do estado, o Hospital A.C. Camargo, referência em pesquisas e tratamentos na área de oncologia, foi decidido que será mantido o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

No início desta semana o hospital comunicou o encerramento do convênio que faz parte de um plano de readequação em razão da defasagem da tabela SUS, “que ameaça diretamente a existência da Instituição.”

As gestões estaduais e municipais se comprometeram em fazer uma compensação financeira maior para que o serviço não seja descontinuado.

Hospital A.C. Camargo volta a atender pacientes do SUS - Foto de Klaus Nielsen no Pexels
Hospital A.C. Camargo volta a atender pacientes do SUS – Foto de Klaus Nielsen no Pexels

Esse novo acordo foi estabelecido nesta quinta-feira (18) durante uma reunião entre a direção do hospital, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Ainda não foram divulgados os detalhes dos valores ainda serão discutidos nos próximos meses. Também não foi informado o número de pacientes que serão atendidos pelo hospital.

Com quase 70 anos de história, o hospital foi construído em 1953 somente com o dinheiro da população, mobilizada por seus fundadores. Até 2017, o modelo de contrato estabelecido com a prefeitura paulistana era Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), com vigência de 5 anos, e ele estipulava que 60% dos atendimentos fossem destinados aos SUS.  A partir de 2018, o modelo contratual foi alterado, o serviço ao SUS era ajustado de acordo com a busca pelo atendimento privado, mas nem assim foi possível equiparar as contas.

A verba que é destinada ao A.C. diminuiu ano a ano, desde 2019, de modo que a instituição cobriu o rombo nas contas com recursos financeiros próprios nos últimos anos. Os valores são encaminhados pelo Ministério da Saúde para o município e depois repassados para o hospital. Isso também impactou no acolhimento de novos casos, reduzindo de 576 novos pacientes dando entrada no tratamento em 2019, para apenas 96 em 2022. A rede particular, por outro lado, recebeu quase 7.000 novos pacientes esse ano. 

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