O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse, na manhã desta terça-feira (2) que o governo do Estado não vai investir em novas câmeras corporais para policiais militares. Segundo ele, os equipamentos não possuem efetividade na segurança do cidadão.
“A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma”, afirma o chefe do Executivo paulista em entrevista ao “Bom Dia, SP”, da TV Globo.
Ainda durante a entrevista, Freitas disse que o objetivo é investir em monitoramento e aumento do efetivo de agentes nas ruas de São Paulo. “Preciso investir pesado em monitoramento. Isso custa muito dinheiro. É a melhor aplicação do recurso que a gente está buscando para proteger o cidadão”, disse.
O governador do Estado com a maior população no Brasil ignorou o fato de que um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em dezembro de 2022, revelou que as câmeras nas fardas reduziram o número de mortes a partir de violência policial e evitou 104 mortes, segundo o estudo da FGV.
No final de 2022, o Governo de SP cortou R$98 milhões em ações voltadas para a segurança pública e deixou de investir em programas como o Olho Vivo, responsável pelas câmeras corporais usadas pela Polícia Militar.
Em maio de 2023, um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que os batalhões da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) que começaram a usar câmeras corporais tiveram redução de 76,2% em número de mortos pela PM.
A pesquisa também indica que 62,7% das vítimas de violência policial eram negras. Entre 2019 e 2022, as taxas de mortes pela polícia caíram 66,2% entre brancos e 64,3% entre negros.