O consumo de fim de ano deve ganhar força em 2025, especialmente nos supermercados. Uma pesquisa nacional realizada pela DM, empresa especializada em gestão de crédito e cartões de loja, aponta que mais da metade dos brasileiros pretende ampliar os gastos no Natal em relação ao ano anterior. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados afirmam que vão gastar mais do que em 2024, enquanto 53,2% planejam desembolsar acima de R$ 1 mil nas compras do período.
Os dados indicam um aumento do tíquete médio e revelam o peso do crédito parcelado na organização financeira das famílias. Entre os participantes da pesquisa, 62% afirmam que o principal meio de pagamento será o cartão de crédito parcelado, seguido pelo cartão de crédito à vista (22,9%) e pelo Pix (8,4%). O uso do parcelamento aparece como estratégia para viabilizar as compras da ceia e de outros itens típicos do Natal sem comprometer integralmente a renda mensal.

Os supermercados concentram a maior parte das intenções de compra. De acordo com o estudo, 64,8% dos consumidores apontam esses estabelecimentos como principal local de consumo no fim de ano, superando lojas online (18,2%) e lojas de departamento (15,1%). Alimentos e bebidas lideram a lista de produtos mais adquiridos, com 61,7% das respostas, seguidos por roupas e calçados (50,4%) e eletrodomésticos (23,8%).
A pesquisa também destaca o fortalecimento dos cartões private label, tradicionalmente mais acessíveis para consumidores das classes populares. Mais da metade dos entrevistados (51,6%) pretende utilizar o cartão da própria loja para a maior parte das compras, motivados principalmente pelo limite disponível (65,7%) e pelas condições de parcelamento (38%). Esse dado dialoga com a realidade de muitas famílias negras e periféricas, que historicamente enfrentam maiores barreiras de acesso ao crédito bancário tradicional.
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Outro aspecto relevante é o planejamento antecipado. Cerca de 60% dos consumidores afirmam que pretendem se organizar com antecedência para lidar com os gastos de fim de ano, movimento associado ao cenário econômico e à necessidade de equilibrar consumo e endividamento. A pesquisa ouviu 2.797 pessoas em todas as regiões do país, com margem de erro de 3 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.
O levantamento evidencia como o Natal segue sendo um período de forte impacto financeiro para a população brasileira, especialmente entre grupos que dependem do crédito como ferramenta para garantir a celebração, o acesso à alimentação e a manutenção de tradições familiares.









