Desmatamento por garimpo cresceu 309% em Terra Yanomami, afirma Associação

operacao_verde_brasil_17_abr_200920195931.jpg

A 17ª Brigada de Infantaria de Selva, com a participação de Órgãos Estaduais e Federais, no contexto da Operação (Op) de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) VERDE BRASIL/17, realizou ação repressiva contra garimpos ilegais na região da Unidade de Conservação (UC) Campos Amazônicos, no sul do Estado do Amazonas.

Um levantamento realizado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) revela que, entre os anos de 2018 e 2022, 5.053 hectares de terra Indígena Yanomami foram devastados para atividade de garimpo, um aumento de 309% em comparação com o primeiro ano, quando 1.236 hectares desmatados para extrações.

Ainda segundo a Associação, o garimpo ilegal cresceu 54% somente em 2022, e o levantamento foi realizado a partir de imagens da Constelação Planet, satélites de alta resolução espacial. Eles detectam com maior precisão as áreas devastadas para as atividades garimpeiras.

Acampamento improvisado de garimpeiros desmantelado pela força tarefa – Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

Ao todo, a Terra Yanomami possui 10 milhões de hectares e é considerada a maior comunidade indígena do país, abrigando mais de 30 mil pessoas. A HAY estima que, com esse avanço dos últimos anos das atividades ilegais, o número de garimpeiros no local pode chegar a mais de 20 mil.

Ainda segundo a Associação, os locais com maior devastação estão ao norte da Terra Indígena, no Rio Uraricoera, principal acesso fluvial dos garimpeiros para chegar ao território. Além dele, o Mucajaí, na região central, e a região de Homoxi também são rotas para os extratores.

Entenda

Nas últimas semanas, após denúncias da Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, uma força tarefa, realizada pela pasta e pelo Ministério da Saúde encontrou centenas de indígenas Yanomami em situação de penúria e fome.

Leia também: Fiocruz denuncia que remédios destinados aos Yanomami foram desviados para o garimpo

Em alguns casos, as pessoas estavam abaixo do peso, além de um alto índice de malária. Conforme informado pela Associação, entre 2021 e 2022, foram registrados amis de 40 mil casos de malária na Terra Indígena Yanomami. Em 2019, foram pouco mais de 18 mil registros da doença entre os moradores da localidade.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

0 Replies to “Desmatamento por garimpo cresceu 309% em Terra Yanomami, afirma Associação”

Deixe uma resposta

scroll to top