Futura estação de metrô de SP troca nome de Paulo Freire por bandeirante Fernão Dias

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Greve dos metroviários causa paralização entre as estações Santa Cecília e Bresser Mooca da linha vermelha do mentrô.

A nova linha 2-verde levaria o nome do educador Paulo Freire, mas após uma votação será batizada como Fernão Dias. No projeto original constava o nome do educador, também conhecido como “patrono da educação”. A substituição aconteceu após uma pesquisa de opinião com moradores do entorno da futura estação, realizada no final de 2022.

De acordo com o levantamento do Metrô SP, 57% dos ouvidos preferiram o nome do bandeirante Fernão Dias, enquanto 29% votaram em Paulo Freire. Em terceiro lugar ficou a opção Parque Novo Mundo, com 14% de aprovação. A linha será construída na avenida Educador Paulo Freire, próxima à rodovia Fernão Dias, na cidade de São Paulo.

Moradores da região optaram por dar a estação o nome do bandeirante. Rovena Rosa

Em nota ao Correio Braziliense, o Metrô SP afirmou que a escolha do nome foi baseada na preferência dos moradores.

“A escolha definitiva dos nomes de futuras estações é feita exclusivamente pelo Metrô, por meio de estudos e pesquisa de opinião com moradores das regiões próximas. Para essa estação, o nome Fernão Dias foi o mais lembrado, já que a avenida Educador Paulo Freire é tida como continuação da Rodovia Fernão Dias e é chamada dessa forma pelos moradores”, diz a nota.

Quem foi Fernão Dias?

Fernão Dias Paes Leme foi um bandeirante paulista conhecido como “Caçador de Esmeraldas”. Em nome da Coroa portuguesa, ele explorou as terras que hoje correspondem aos estados de São Paulo e Minas Gerais. De acordo com historiadores, Fernão Dias também era responsável por submeter negros e indígenas à escravidão. Além de capturar os escravizados que fugiam e punir os que se rebelavam.

Ele participou da expedição ‘bandeira das esmeraldas’, ao lado do também bandeirante Manuel Borba Gato. Em julho de 2021, um grupo de três homens incendiou a estátua de Borba Gato, localizada na Zona Sul de São Paulo.

Leia também: MP pede condenação e três anos de prisão para “Galo” pelo incêndio da estátua de Borba Gato

Ataques a Paulo Freire

Nos últimos anos, os conceitos defendidos pelo educador, reconhecido nacional e internacionalmente, têm sido alvo de ataques políticos e ideológicos. Notícias falsas culpam a metodologia freiriana pelos problemas estruturais do ensino brasileiro.

Paulo Freire pregava a ideia da educação como ferramenta de libertação individual e social. Segundo o biógrafo dele, Sérgio Haddad, Freire acreditava que educar é um ato político e um dever do poder público.

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