A Central Única das Favelas (CUFA) e a Frente Nacional Antirracista (FNA), juntamente com deputados, lançaram oficialmente a Frente Parlamentar em Defesa das Favelas e Respeito à Cidadania dos seus Moradores nesta quarta-feira (14). O evento aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados, com mais de 200 deputados e outras personalidades, em sua maioria moradores de favela, e membros do atual governo.
Mais de 15 ministros estiveram presentes, dentre eles a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, que durante o evento foi nomeado embaixador da Frente Parlamentar. Os membros da CUFA, que foi representada na figura de seu conselheiro Preto Zezé e sua presidente nacional Kalyne Lima, também estiveram presentes.
“Tenho muito orgulho de fazer parte de uma organização que me ensinou e pautou toda a minha história na coletividade. Eu não tenho dúvidas que isso aqui é um marco na história do país, a favela nunca se viu tão empoderada e tão pertencente a um espaço de construção política como nesse momento”, disse a presidente nacional da CUFA, Kalyne Lima.
No discurso de nomeação de embaixador, Silvio Almeida afirmou que estava surpreso e honrado em assumir esse posto, e ressaltou seu compromisso e do governo com a favela.
“Trata-se de fortalecer os meus laços pessoais com a favela e com a responsabilidade que foi me dada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia é ressignificar o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que foi destruído nos últimos quatro anos. Nós somos o ministério do cuidado”, disse.
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O presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Favelas e Respeito à Cidadania dos seus Moradores no Congresso, o deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ), afirmou que acredita que o Estado deve estar presente permanente nas favelas, desenvolvendo as políticas públicas necessárias para as pessoas desses territórios.
“A favela não pode ser vista pela política só como um manancial de voto ‘eu vou lá pedir voto, e vou embora’. Não. A favela tem que ser um local onde a política vai lá, instala a política pública e, então, transforma a vida do povo brasileiro”, explicou o deputado.
Também estiveram presentes no lançamento a ministra do esporte, Ana Moser, a ministra da cultura, Margareth Menezes, e a ministra do planejamento, Simone Tebet, além do deputado presidente da Frente no Congresso e um de seus idealizadores Lindbergh Farias. Empresários e lideranças de favela também marcaram presença.
A cerimônia também contou com desfile dos vencedores do Top CUFA, evento de moda promovido pela instituição, e uma apresentação do rapper Augusto Metralha.
Parceria da CUFA com o Ministério da Cultura e a Vale
Durante o lançamento da iniciativa, junto com a ministra da cultura Margareth Menezes, o conselheiro da CUFA Preto Zezé anunciou uma parceria da organização com o Ministério da Cultura (MinC) e com a Vale, para fomentar a cultura das favelas de todo o Brasil, incentivando os moradores que atuam no ramo e, que muitas vezes, não possuem acesso às informações que possibilitam o acesso a editais, entre outros processos burocráticos.
“Tem muita gente produzindo muitas coisas boas e intensas nas favelas do país, mas que não possui CNPJ e não tem acesso aos editais do MinC. Então é preciso produzir outras dinâmicas de participação e acesso a políticas públicas para essa gente e não só para os mesmos”, disse Preto Zezé, que explicou qual a iniciativa proposta para tornar isso possível.
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“Portanto, sugerimos à Ministra Margareth que fosse feita uma grande mobilização nas favelas do Brasil, a fim de descentralizando os recursos. Com isso, o MinC vai lançar um edital, em parceria conosco e com a Vale, que vai viabilizar recursos e incentivos para que esses produtores culturais das favelas brasileiras, sobretudo os de fora do eixo Sul e Sudeste”, explicou o conselheiro da CUFA.