O fotógrafo Willian Duarte criou o concurso Favela Model, que será realizado em 23 de março de 2024, no Morro do Vidigal, zona Sul do Rio de Janeiro. O evento visa acolher, respeitar e conhecer a beleza nas favelas. Natural de Rio das Ostras, região Litorânea do Rio de Janeiro, Willian conta que a ideia do concurso surgiu em 2021, após ver uma foto no Instagram.
“Naquele momento, me deu um start e na minha cabeça já começou a vir todo o conceito de um possível projeto, com uma certa quantidade de meninas para serem fotografadas, explorando e unindo minha criatividade e ideias com o melhor da beleza das comunidades”, revela.
Willian reforça ainda que o Favela Model vai além de um projeto de foto e vídeo, e que reúne “o intuito do trabalho com a fotografia, de permitir que a pessoa fotografado se enxergue na sua melhor versão, com o desejo de dar voz às comunidades“.
Além disso, segundo o fotógrafo, um dos objetivos é mostrar a diversidade que há nas favelas, as belezas pelos becos e vielas, muito além do que presenciamos nos noticiários. “Favela Model é representatividade, é vivência, é cultura, é arte”, afirma.
Para a modelo Raisa Sant, o Favela Model gera um impacto positivo e necessário na vida das pessoas que participam, uma vez que existem várias aberturas de oportunidades para pessoas que nunca estiveram em uma passarela, por exemplo.
“Eu sempre trabalhei como modelo, não só fotográfica como também de áudio visual, e passarela, foi uma abertura de novas oportunidades de trabalho, em diversas áreas, já que me gerou um bom portfólio, com uma estética que era minha e super me representava e me valorizava”, reflete.
Raisa ressalta ainda a importância de um projeto como o Favela Model para gerar poder e ver a diversidade de pessoas que vivem nesses territórios e revela o poder da beleza e da riqueza que a favela tem.
Fotos: Willian Duarte
“Foi o primeiro trabalho que participei onde não me impuseram um padrão, onde não me falaram para ‘dar um jeito no meu cabelo’, que não questionaram se eu iria me vestir ‘daquele jeito’, eu pude ser eu mesma, com a minha verdadeira identidade”, pontua.
“Esse projeto revela as belezas das favelas, a beleza da minha cultura, de onde eu vim, de onde eu sou, e pela primeira vez pude ser preta e favelada sem ser oprimida, desvalorizada ou ridicularizada. Eu pude ser apenas eu e a minha real beleza”, conclui a modelo.
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Para finalizar, o fotógrafo enfatiza que o concurso é voltado para que as mulheres periféricas se conheçam, se reconheçam e se valorizem como pessoas que possuem valor, beleza e riqueza.
“O projeto faz com que você se aventure, podendo extravasar, conhecer pessoas incríveis, e o mais importante, nos conhecer. E isso é o ponto principal, nos conectamos com nós mesmos, elevando a autoestima ao extremo. O Favela Model não é só um ensaio, é um sentimento, depois de senti-lo você nunca mais será a mesma”, finaliza.
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