A iniciativa reunirá mestras, mestres e coletivos tradicionais no Terreiro Axé Talabi, nos dias 6 e 7, com uma programação que inclui vivências, rodas de conversa, shows e uma feira com artesanato e gastronomia do povo de axé, além do lançamento de dois curta-metragens.
Nos dias 6 e 7 de dezembro, o Terreiro Ilê Axé Oxalá Talabi, no território afro-indígena de Paratibe, em Paulista, promove o Festival Raízes: Celebração dos Patrimônios Vivos de Pernambuco, ação que marca o I Encontro dos Patrimônios Vivos do Estado. A programação é gratuita e aberta ao público, oferecendo vivências educativas, rodas de conversa, apresentações culturais, feira de artesanato e gastronomia dos povos de axé, além do lançamento dos curta-metragens “Omodé Àse”, dirigido por Babá Odé Arolê e “Olóòkun – Além Mar”, de Adriano Lima e Pollyanne Carlos.

Realizado pelo Ilê Axé Oxalá Talabi, reconhecido como Patrimônio Histórico e Cultural de Origem Africana e Afro-Indígena da cidade do Paulista e como Patrimônio Vivo de Pernambuco, o festival convida o público a uma imersão profunda em práticas e conhecimentos ancestrais transmitidos entre gerações. A iniciativa reúne, de forma inédita, importantes nomes registrados como Patrimônios Vivos do Estado: mestras, mestres e coletivos que preservam saberes, expressões e tradições sustentadas pela oralidade, fortalecendo a memória e a identidade cultural pernambucana. O Festival Raízes conta com produção do Núcleo de Mídia, Comunicação e Tecnologia Social e é incentivado pela Lei Paulo Gustavo de Pernambuco.
Para Mãe Lú de Iyemanjá, Iyalorixá do Ilê Axé Oxalá Talabi, celebrar os patrimônios vivos é reafirmar a força das comunidades que preservam tradições ancestrais. “Nós temos raízes, por isso celebramos a vida com nossas danças, nossas folhas, nossas comidas, nossas comunidades. Porque para nos manter de pé, é preciso celebrar”, afirma.
O festival também fortalece o debate sobre a importância das políticas de salvaguarda dos terreiros de matriz africana.A programação começa no sábado (06), às 15h, com a Mesa de Abertura “Patrimônio Cultural Imaterial dos Povos de Terreiro”, que reúne algumas das principais referências do tema no Estado. A proposta é promover um debate acerca do reconhecimento das comunidades e práticas culturais dos Povos de Terreiro nas políticas de preservação e proteção ao patrimônio imaterial.
Participam o Ilê Obá Ogunté (Sítio de Pai Adão), Patrimônio Cultural do Brasil, representado pelo Babalorixá Manoel Papai; e os Patrimônios Vivos de Pernambuco Ilê Axé Oyá Meguê (Terreiro Xambá), com o Babalorixá Ivo da Xambá, e Ilê Axé Oxalá Talabi, com a Iyalorixá Mãe Lu de Yemojá. A mesa contará ainda com Mãe Lu de Yemojá, do Ilê Iyemojá Ogunté; Wanessa Santos (Secult/PE); e Mônica Nogueira (IPHAN), ampliando o diálogo entre tradição, salvaguarda e políticas públicas.

Ao longo dos dois dias de programação, o público poderá participar das vivências Tambores Vivos, Memórias Vivas, Corpo Vivo e Sabores Vivos, que promovem, respectivamente, música, memórias, dança e culinária tradicional. Também será possível visitar a feira Gerando no Axé, com artesanato e gastronomia, além de acompanhar apresentações de Patrimônios Vivos de Pernambuco, como Afoxé Alafin Oyó, Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, Mestra Ana Lúcia, Maracatu Cambinda Brasileira, Mãe Beth de Oxum e Coco de Umbigada, e o Grupo Bongar (do Terreiro Xambá).
Juremeira e integrante da equipe de produção do festival, Omiyalê Araújo, ressalta os terreiros como verdadeiros territórios de acolhimento, onde liturgias e saberes são compartilhados diariamente e transmitidos de geração em geração. “Tudo o que fazemos é guiado pela ancestralidade. Nosso modo de plantar, cozinhar, comer, costurar e celebrar é uma forma de existir. Para nós, o Candomblé e a Jurema são vida, são modos de ser. Cada gesto é uma maneira de continuar existindo e garantir a preservação da nossa cultura”, afirma, reforçando o caráter vivo e contínuo dos patrimônios culturais de Pernambuco.
LEIA TAMBÉM: Paudalho, em Pernambuco, tem uma das maiores concentrações de terreiros do país, mostra pesquisa inédita
Confira a programação completa:
SÁBADO (06/12)
15h – Mesa de Abertura: Patrimônio Cultural Imaterial dos Povos de Terreiro com participação de referências na salvaguarda cultural:
Patrimônio Cultural do Brasil
• Ilê Obá Ogunté (Sítio de Pai Adão) – Babalorixá Manoel Papai
Patrimônios Vivos de Pernambuco
• Ilê Axé Oyá Meguê (Terreiro Xambá) – Babalorixá Ivo da Xambá
• Ilê Axé Oxalá Talabi (Terreiro Talabi) – Iyalorixá Mãe Lu de Yemojá
Convidadas:
• Ilê Iyemojá Ogunté – Mãe Lu de Yemojá
• Wanessa Santos (Secult-PE)
• Mônica Nogueira (IPHAN)
17h – Abertura da Feira Gerando no Axé
17h30 – Vivência Tambores Vivos com o Afoxé Alafin Oyó
Apresentações Culturais dos Patrimônios Vivos de Pernambuco:
19h – Afoxé Alafin Oyó
20h – Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu
21h – Mestra Ana Lúcia
22h – Orquestra do Avesso (Frevo)
DOMINGO (07/12)
15h – Vivência Memórias Vivas – Narrativas orais dos Patrimônios Vivos de Pernambuco com: Dona Dá Carnavalesca, Tribo Carijós do Recife com Anderson Santos e Maracatu Leão Coroado com Karen Aguiar
17h – Feira Gerando no Axé
17h – Vivência Corpo Vivo com a Tribo Carijós do Recife
17h30 – Vivência Sabores Vivos – Patrimônio cultural alimentar dos Povos de Terreiro
18h – Lançamento dos curta-metragens “Omodé Àse” (Babá Odé Arolê, 2025) e “Olóòkun- Além Mar” (Adriano Lima e Pollyanne Carlos, 2025)
Apresentações Culturais dos Patrimônios Vivos de Pernambuco:
18h30 – Maracatu Cambinda Brasileira
19h30 – Mãe Beth de Oxum e Coco de Umbigada
20h30 – Grupo Bongar
SERVIÇO
Festival Raízes: Celebração dos Patrimônios Vivos de Pernambuco
Data: 6 e 7 de dezembro de 2025
Horário: a partir das 15h
Local: Terreiro Axé Oxalá Talabi – R. Orobó, 257 – Paratibe, Paulista – PE,
Mais informações: @terreiroaxetalabi
Entrada gratuita








