Dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social e Cidadania mostram que o número de famílias com apenas uma pessoa beneficiária do Auxílio Brasil mais que dobrou ao longo de 2022. Em novembro de 2021, havia 2.206.483 famílias com um único membro recebendo o benefício. Um ano depois, em novembro do ano passado, este grupo havia crescido 156%, alcançando 5.663.191 – superior à população de Alagoas.
Este grupo é visto com maior probabilidade de burlar o sistema de benefícios e por isso se tornou foco da fiscalização minuciosa que está sendo realizada no Cadastro Único (CadUnico) pelo Governo Federal.
A suspeita é de que integrantes de uma mesma família estejam se cadastrando individualmente no programa e assim receberiam mais auxílios. O ministro relator do caso no Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Sherman, alertou no final do ano passado sobre as consequências desse cenário.
“Esse comportamento acaba por gerar distorções ainda maiores, pois enquanto uma família de adultos pode se fragmentar em tantas famílias quanto pessoas forem constituindo diversas famílias unipessoais, uma família com crianças e adolescentes não tem a mesma capacidade”, diz Sherman.
O TCU também alertou que o número de famílias unipessoais aumentou consideravelmente durante o governo Bolsonaro, visto que as regras feitas por esse governo propiciava esses registros.
O programa, que voltará a chamar Bolsa Família, vai passar a ter novas regras. O anúncio foi feito pelo ministro Wellington Dias, na última segunda-feira (13) e devem ser apresentadas a lula já na próxima semana.
São quase 22 milhões de famílias que recebem o Auxílio Brasil e estima-se que pelo menos 2,5 milhões desse todo, receba o benefício de maneira indevida.
Nesta semana, a pasta do Desenvolvimento Social e Cidadania assinou um acordo com a Defensoria Pública da União (DPU) para melhorar as formas de cadastro.
De acordo com a Lei de Acesso à informação, houve um crescimento de 156% no total de famílias unipessoais. Se, em 2021, havia 2.395 famílias compostas por uma única pessoa de 18 anos, este grupo subiu para 49.374 após doze meses, quase 20 vezes acima.
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O ministério informou em nota, que estima que 1,7 milhão de cadastros unipessoais podem ter sido feitos de forma errada.
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