Além de má alimentação, violência e distribuição incorreta dos mantimentos no presídio foram enviados pelos familiares
Em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, um vídeo gravado dentro do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, mostra uma larva na alimentação recebida pelos detentos, que também afirmam receber comida azeda e com outros insetos. O vídeo teria sido feito pelos próprios presos com um aparelho celular, que é proibido no presídio, mas as más condições também são denunciadas por seus familiares.
As famílias dos presos do complexo contam que os casos acontecem desde o início do mês de agosto. “Eles dizem que está azeda e com bichos. Eles falam também que a alimentação é jogada”, relatou o familiar de um dos detentos, de forma anônima, para o jornal O Tempo.
A fonte ainda conta que os kits de mantimentos contendo itens de higiene e alimentos também conhecidos como jumbo, que são enviados aos presos por suas famílias, têm sido entregues com falta de itens. Ela afirma que os internos desenvolveram problemas de saúde devido às condições precárias. “A gente não tem informação, não sabemos se eles recebem atendimento médico, tudo é feito de forma muito agressiva”, afirma.
Em agosto o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, enviou ao governo de Minas Gerais um relatório de 280 páginas, com o resultado da inspeção realizada em unidades prisionais e socioeducativas de municípios mineiros. O documento apresenta denúncias das condições a que são submetidos os apenados do sistema do Estado.
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O Mecanismo relata torturas, agressões, xingamentos, negligências de todos os tipos no documento, além de intervenções do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), que deveria agir somente em situações extremas como rebeliões, mas tem agido no dia a dia das prisões.