O Notícia Preta lançou a Escola de Comunicação Antirracista nesta segunda-feira (21), apresentada a representantes de iniciativas sociais e ONGs. Em entrevista exclusiva, um dos diretor do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) Tom Mendes e o coordenador de comunicação do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (IPEAFRO) Julio Menezes, concordam que a escola é uma “ferramenta de educação”.
O jornalista e mestrando em história Julio Menezes, do IPEAFRO, acredita que a fundação de uma escola focada na comunicação antirracista é a continuação de uma tradição da imprensa negra, de desde antes da abolição até os dias atuais, e se constitui como ferramenta de educação.
“A escola de comunicação fundada pelo Notícia Preta, atua por duas frentes: a primeira é recuperar o passado histórico, que é sempre apagado da imprensa negra e a segunda frente é trazer novas formas de se comunicar com as populações e chegar a novos públicos, furando a bolha dos algoritmos que nos enclausuram, e se constitui com uma ferramenta de educação e emancipação para corpos negros“, afirmou Julio.
O administrador Tom Mendes também acha a iniciativa “extremamente necessária” e explicou por qual motivo, acredita nisso. “É uma coisa rara e disruptiva. A Thais veio com essa ideia e pensei: ‘este é o caminho’. Porque para termos mudanças significativas e reais numa sociedade como no Brasil, que é estruturalmente problemática, precisamos começar pela educação”, disse Tom.
“Vejo a intenção dessa escola com muito bons olhos e e estou fechado com vocês para que essa escola possa fazer diferença com comunicação antirracista na prática”, analisou Tom sobre o lançamento do projeto.
Julio destacou que a escola é “pioneira diga-se, pois não há outra iniciativa nesse sentido“, e ainda frisou a importância da comunicação contra hegemônica, tocada pelos veículos negros, em disputar com os demais noticiários.
“Normalmente estamos nos editoriais de cultura, noticias gerais, quando começamos a ocupar a economia, que é a chave de construir e desconstruir as políticas e as narrativas que são estruturalmente racistas, aí realmente temos o pulo do gato, não obstante os ministérios mais importantes, apesar de estarmos em um governo progressista estão nas mãos de homens brancos”, afirmou Julio.
Para ele, é preciso ter pessoas negras ocupando editoras “hegemônicas como; economia, política, segurança pública”, além de todas as outras.
Além de representantes do ID_BR e do IPEAFRO, Derê Gomes das Brigadas Populares, também esteve presente no evento, assim como representantes do Redes da Maré e do Instituto Coca-Cola Brasil.
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