De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, de 2015, foi determinado a oferta de profissionais de apoio escolar, para alunos com deficiência, assegurar um sistema educacional inclusivo. Porém, profissionais e responsáveis apontam a falta de mediadores nas redes públicas de ensino, em território nacional.
Em entrevista ao Notícia Preta, a pedagoga e especialista em educação especial e inclusiva, Andreia Araújo, aponta como é prejudicial a falta de mediadores para o desempenho dos alunos. “Os impactos negativos são bem pontuais, tais como: o não desenvolvimento dos mesmos, uma “falsa” inclusão pois os alunos não têm a oportunidade de aprender com qualidade e nesse caso ocorre integração e não inclusão”, explica a especialista.
Conforme aponta um levantamento feito pelo Sindicado dos Professores do Estado do Rio de Janeiro (SEPE) no último ano, a rede municipal de educação possui quase 20 mil alunos com algum tipo de deficiência, e pouco mais de mil agentes ou mediadores, como são chamados. A mãe do estudante Raphael Gomes Ferreira que é autista, Raquel Gomes, conta sua própria experiência com a ausência de profissionais na escola do filho.
“Como mãe de uma criança de 12 anos autista com dificuldades de comunicação, ainda não alfabetizado, entendo que a falta de um mediador impacta diretamente no aprendizado, porque os professores não conseguem atender de forma individualizada a cada criança incluída, impacta também na socialização porque sem o mediador não existe uma interação entre a criança típica com a criança atípica, uma vez que a criança atípica não sabe chegar na criança típica e visse versa”, desabafa.
Rafael é um aluno atípico, e Raquel conta que junto com a equipe pedagógica da escola, escolhe a melhor forma de aplicar as atividades ali estabelecidas.
A especialista fala sobre os principais desafios enfrentados pelos alunos quando não há mediadores disponíveis na escola, que para ela, é com o seu próprio aprender, que fica muito comprometido.
“Nesse sentido é muito difícil que um aluno de inclusão sem mediador consiga de fato compreender conteúdos sem uma intervenção de qualidade. Outro desafio que eles enfrentam é com a sua permanência em sala de aula, pois os mesmos diante dessa situação não tem esse acompanhamento pontual de um mediador nas situações de conflito é muito complexo”, afirmou.
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