Brancos vão mais ao cinema, museus e teatros, enquanto negros frequentam shows e festas populares. É isso que um levantamento feito pela consultoria J. Leiva apontou. O estudo, feito com mais de 10 mil pessoas em 12 capitais do país, tinha o propósito de apontar o comportamento cultural dos brasileiros.
A pesquisa torna ainda mais explícita a abismal desigualdade racial no Brasil. O consumo da cultura está diretamente ligado aos níveis de escolaridade e de renda, e isso também consta no levantamento. Quem é da classe C e tem ensino superior vai mais a atividades culturais do que os da classe A e B com ensino médio, por exemplo.
Negros vão a manifestações culturais geralmente associadas à etnia e de mais fácil acesso – ou seja, festas populares, shows, blocos de carnaval etc. Em contrapartida, em espaços mais elitistas – como museus e teatros -, brancos continuam sendo a esmagadora maioria do público.
No entanto, a vontade de consumir a cultura por vieses diferentes desperta uma questão curiosa: ainda segundo o estudo, negros se interessam mais por fazer cursos culturais do que os brancos, em todas as categorias de renda e escolaridade.