A partir de maio de 2025, começa a ser implementado no SUS, a coleta do DNA-HPV em substituição do papanicolau. Essa mudança ocorre após a divulgação novas diretrizes apresentadas pelo INCA. O exame que tem maior eficácia na detecção do câncer no colo do útero, já é uma recomendação da OMS desde 2021.
O exame molecular, que será feito através de swab, será capaz de identificar o papilomavírus humano (HPV) antes mesmo que ocorra mudanças visíveis no colo do útero e assim o tratamento pode ser feito de maneira mais eficaz e com menos chance de mortalidade, além de abrir a possibilidade para a auto coleta em comunidades de difícil acesso ou culturalmente contra o exame feito por um profissional de saúde.
O papanicolau, exame utilizado desde os anos 80, teve grande importância na prevenção do câncer no colo do útero no Brasil, porém não detecta a doença tão cedo, além de deixar passar lesões precoces ou até mesmo o câncer em estágios avançados.

O teste também permitirá a rápida identificação do subtipo do câncer. Caso não seja detectado indícios do vírus, o intervalo entre as coletas passará a ser de 5 anos. A faixa etária para o rastreio segue sendo de mulheres entre 25 e 49 anos. Apesar do rastreio ser somente para mulheres a partir dos 25, não se exclui a vacinação que é oferecida gratuitamente para meninas entre 9 e 14 anos.
No Brasil, o câncer no colo do útero é o 3º tipo de câncer mais incidente em mulheres. Na região Norte, representa cerca de 15,4% dos óbitos, segundo estudo apresentado pelo INCA em 2023. No mesmo estudo, mostra que mulheres brancas tiveram mais acesso à realização do exame em relação às mulheres negras.
Pernambuco está implementando a fase de teste da utilização do novo exame e será estendido para outros estados no Brasil. O prazo para os novos municípios se adequarem às novas diretrizes é de 180 dias.
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