Dez indígenas ficam feridos após ataque de jagunços no Mato Grosso do Sul

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Conselho Indigenista Missionário (Cimi) diz que dez indígenas guarani e Kaiowá ficaram feridos após ataque que ocorreu no último sábado (03) na Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica em Douradina, Mato Grosso do Sul. Desses, dois estão em estado grave. Um vídeo publicado nas redes sociais mostra que ataques que ocorreram na última semana com jagunços fortemente armados.

“A Força Nacional simplesmente se retirou do local e deixou as comunidades totalmente desprotegidas ao ataque dos capangas e ruralistas. Estão atirando no pescoço das pessoas. Tem muitas crianças e idosos no local e até o momento recebemos informações de que há pelo menos dez feridos. A comunidade pede socorro, eles estão totalmente abandonados”, informou o Cimi.

Douradina (MS), 17.07.2024 - Missão do Ministério dos Povos Indígenas e a Força Nacional de Segurança Pública de ampliação do efetivo de segurança para a proteção dos indígenas Guarani Kaiowá. Foto: Eloy Terena/Instagram
Ataque de jagunços em Douradina MS deixou dez indígenas feridos – Foto: Eloy Terena – Reprodução Instagram

Um dos indígenas que está em estado grave levou um tiro na cabeça e o outro no pescoço, e estão internados no Hospital da Vida em Dourados (MS). O Cimi informou que foram acionados o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ministério dos Direitos Humanos, Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que cuidou do pronto atendimento das vítimas do ataque, mobilizando duas ambulâncias de terapia intensiva para cuidar dos dois feridos com mais gravidade.

Em nota o MPI informou que uma equipe do ministério e da Funai que estava no estado “foi até o território, junto ao Ministério Público Federal, para prestar atendimento aos indígenas“. Também informou que o secretário executivo do MPI, Eloy Terena, emitiu ofício para o diretor-geral da Polícia Federal, para investigar os ataques contra os indígenas Guarani Kaiowá e que acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para ter “explicações sobre a ausência da Força Nacional do local imediatamente antes do ataque“.

O Ministério da Justiça, que comanda a Força Nacional, informou ao Brasil de Fato que “tem intensificado a presença na região desde o início de julho“, e que desde sábado (03) “está com todo o efetivo em Mato Grosso do Sul, auxiliando o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o MPF, que estão intermediando os conflitos“.

Ainda afirmou que “o confronto ocorreu no início da tarde, no momento em que a FN fazia o patrulhamento em outra área da mesma região”.

Segundo oMPI, os indígenas Guarani Kaiowá fazem retomadas na Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica, território já delimitado pela Funai em 2011.

Já o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) diz que a equipe do ministério que está no local “empregou esforços para que os feridos fossem resgatados e as violências cessassem” e que está trabalhando em um equipe coordenada pelo MPI.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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