Um estudo revelou que entre 2019 e 2022, o desmatamento subiu de 2% para 17%, e que a destruição atingiu mais da metade da mata ao redor de terras indígenas, na Amazônia. O levantamento mostra que o desmatamento da vegetação nativa chega a 92% no entorno da reserva Sororó, em São Geraldo do Araguaia, no Pará.
Esse é o caso da Terra Indígena Karipuna, localizada entre os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Buritis, em Rondônia, que tem uma faixa de 10 km no seu entorno, afetada pelo desmatamento. O levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo, com dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A análise aponta que as 327 áreas ocupadas por povos originário, são equivalentes a um quarto do bioma, e que só perderam 1,5% da vegetação primária. Já a supressão é de 24%, no restante da região. Em 2019 até 2022, os casos tiveram um aumento perceptível. Comparando com os quatro anos anteriores, a devastação cresceu em 66%.
O relatório aponta que o desmatamento acontece com mais frequência nos territórios menos avançados do processo regulatório, que vai da fase de estudo à homologação e regularização pelo governo federal.
Atualmente, uma força-tarefa composta pela Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional, além de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuam na Amazônia com o objetivo de acabar com o garimpo ilegal – tido como uma das grandes ameaças e responsáveis pela desmatamento no país atualmente – e preservar as terras indígenas.
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