O distrito de Bulambuli, no leste de Uganda, enfrenta uma grave crise humanitária após deslizamentos de terra devastarem cinco vilarejos na última quarta-feira (27). A tragédia, desencadeada por chuvas intensas, deixou pelo menos 15 mortos, incluindo um bebê, e 113 pessoas continuam desaparecidas. Casas foram destruídas, e plantações e animais soterrados, agravando ainda mais a situação de comunidades vulneráveis na região.
A primeira-ministra de Uganda, Robinah Nabbanja, havia emitido alertas de catástrofe devido às condições climáticas extremas. No entanto, a resposta governamental tem sido alvo de críticas pela falta de ações preventivas e de infraestrutura adequada para evitar desastres recorrentes. A ministra de Preparação para Desastres, Lilian Aber, visitou o local e alertou sobre novos riscos devido às fissuras que ameaçam mais vilarejos. Ela também destacou a necessidade urgente de realocar comunidades em áreas de alto risco.
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Essa região, situada nas encostas do Monte Elgon, sofre frequentemente com deslizamentos de terra, agravados pelo desmatamento e pela ocupação em zonas vulneráveis. Desde 2010, o governo tenta implementar programas de reassentamento para famílias em áreas de risco, mas enfrenta atrasos burocráticos e limitações financeiras. Apenas uma pequena parte dos moradores foi realocada, apesar das promessas feitas ao longo dos anos.
Organizações humanitárias, como a Cruz Vermelha de Uganda, estão no terreno oferecendo assistência emergencial e conduzindo buscas pelos desaparecidos. No entanto, a falta de recursos dificulta os esforços de resgate e suporte aos desabrigados.
Essa tragédia evidencia a necessidade de ações concretas para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger as comunidades em áreas vulneráveis. Além de suporte emergencial, soluções a longo prazo, como programas de reassentamento e reflorestamento, são essenciais para prevenir futuras catástrofes.